Patricia Bahr

Patricia Caroline Bahr, 43 anos, é jornalista e se descobriu atleticana nas arquibancadas do Pinheirão, no meio da torcida, quando pôde sentir o que era o Atlético através dos gritos dos torcedores, que no berro fazem do Furacão o melhor time do mundo. Foi colunista da Furacao.com entre 2002 e 2010.

 

 

E o Paraná?

28/03/2007


Todo mundo sabe, qualquer decisão envolvendo a Copa do Mundo é política. Apesar de o Brasil ter inúmeros problemas sociais, demonstrar a cada dia na organização dos Jogos Pan-Americanos que peca (e muito!) na realização de eventos de grande porte e não ter o mesmo padrão de Japão, Coréia, Alemanha, França, Estados Unidos (só para citar as mais recentes sedes do Mundial), mesmo assim é bastante difícil acreditar que a Copa de 2014 não será no Brasil.

Eu quero e torço pela Copa no Brasil. Principalmente porque acredito que não faremos uma Copa no estilo americano, japonês, alemão... faremos no jeitinho brasileiro, com defeitos, com falhas, mas será um evento para premiar o povo brasileiro, tão apaixonado pelo esporte. Viver a atmosfera do Mundial é importante para nós, mesmo sabendo que isso servirá de cortina para superfaturar obras, maquiar problemas e destinar verbas que deveriam ser aplicadas em educação, saúde, segurança e infra-estrutura exclusivamente na área esportiva.

Mais do que querer a Copa no Brasil, eu quero a Copa em Curitiba. Acredito que a capital paranaense comporta um evento dessas dimensões e tem total infra-estrutura para ser uma das sedes do Mundial. E mais: temos aqui a Kyocera Arena, melhor, mais moderno, confortável e seguro estádio do Brasil. Argentinos, uruguaios, mexicanos e até mesmo os mais respeitáveis jornalistas brasileiros, como Paulo Vinicius Coelho, já disseram que o estádio do Atlético é o cartão de visitas brasileiro para a Copa por aqui. Servirá para mostrar aos dirigentes da Fifa: “Viram? Aqui também se tem estádio de primeiro mundo”.

Por tudo isso, preocupa-me o comodismo paranaense na corrida pelo Mundial. Representantes de vários estados brasileiros (como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, Rio de Janeiro e de vários estados do Norte e Nordeste) já se reuniram com Ricardo Teixeira, mostrando suas propostas, pontos fortes e projetos para ser sede do Mundial. E o Paraná, nada....

Fica aqui o alerta ao governador Roberto Requião, que assumiu o compromisso de liderar o movimento do Estado a sediar o Mundial, que mostre o Paraná à CBF. E fica também o pedido a diferentes segmentos da sociedade paranaense – imprensa, prefeituras, clubes, associações, sindicatos, população: vamos nos unir por uma causa paranaense! Se a guerra é política, temos que mostrar que somos bons nisso também. O que não pode é permitirmos que Curitiba, o Paraná e a Kyocera Arena fiquem de fora do Mundial pelo famoso autofagismo paranaense.


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