Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

Por toda a minha vida

27/03/2007


Às vezes a gente sofre, às vezes a gente canta. Poucas vezes a gente cala, muitas vezes a gente vibra. Às vezes a gente se exalta, muitas vezes a gente encanta. Poucas vezes a gente desanima, muitas e muitas vezes a gente se derrama em felicidade. Muitas vezes o coração dispara de alegria, algumas vezes a gente se arrebenta de dor.

Ah, o Atlético! O que o Atlético representa exatamente na vida de cada um de nós? Não, exatamente não dá pra explicar, não dá mesmo. Dá pra imaginar, pra ter uma noção, com base nas centenas de loucuras que fizemos pelo Atlético, mas certeza do tamanho dessa paixão, jamais. É maior do que os nossos corações, não cabe aqui dentro do peito, é maior do que nós mesmos, portanto, simplesmente inexplicável.

Cada atleticano possui a sua maneira especial de torcer. Alguns gostam de acompanhar de longe, outros não conseguem sobreviver longe da querida Baixada. Alguns arriscam ouvir no velho e bom radinho de pilha, outros não têm um coração tão forte a ponto de acompanhar o Atlético pelas ondas de rádio. É de matar! Alguns não ligam muito para o Atlético, só torcem, nada mais. Outros são tão fanáticos a ponto de deixar de comprar o pão de cada dia para estar na Arena admirando e carregando o Furacão. Que bom, todos estes são atleticanos, e nenhum é mais atleticano que o outro. Nenhum.

Puxa vida, como o Atlético é importante na minha vida! Desde uma simples vitória, passando por dificuldades, até uma grande conquista. Pelo Atlético, muita coisa passei, com o Atlético vibrei, sofri, chorei, sambei. Pelo Atlético, quase morri de dor e de angústia, quando meu coração me deu um susto em plena decisão na Arena da Baixada. Ah, mas depois do susto, eu nunca dancei tanto com uma faixa de campeão estampada no peito. Meu Deus do céu, como é boa essa vida de atleticano!

E você, que está lendo essa coluna, já parou pra pensar o que o Atlético representa na sua vida? Quantas e quantas coisas você já fez pelo Atlético? E quantas alegrias, em todos esses anos da sua vida, o Atlético lhe proporcionou? Tenho certeza que você, atleticano tanto quanto eu, já derramou ao menos uma lágrima de emoção pelo nosso Furacão da Baixada. Na inauguração da Arena, em 1999, lembra? O som de fundo, na noite de inauguração, era o compasso de um coração. Um coração atleticano. Lembra disso? Duvido que seu coração tenha ficado intacto, sem qualquer reação. E seus olhos? Úmidos? Sim, aposto que estavam deixando que o rosto ficasse lavado, como ficou a nossa alma em dezembro de 2001.

Desde o último sábado, dia 24 de março, estou aqui percebendo através de palavras de colunistas e leitores, o quanto o Atlético nos encanta. Cada qual, com seu estilo e com sua sinceridade, demonstrou o seu carinho e seu amor pelo Atlético. Com alguns textos da seção “Fala, atleticano”, me emocionei. Não apenas pelas belas palavras, mas sem ler apenas com os olhos, me emocionei ao perceber o quanto o Atlético mexe com a gente.

Hoje, passado o aniversário de 83 anos do Atlético, quero usar este espaço para dizer a todas as pessoas que estão envolvidas com o Atlético, de uma forma ou outra, que o Atlético é nosso. Sempre foi, e nunca deixará de ser. O Atlético é nossa vida, nossa paz, nossa alegria e nossa razão. E ninguém arranca o Atlético da gente. Desde o torcedor do radinho de pilha até o sócio que não perde um jogo na Baixada. Todos, todos fazem parte da mesma família.

Parabéns, torcida atleticana! Os meus aplausos, em pé, são para você.

“Minha bem amada
Quero fazer de um juramento, uma canção
Eu prometo, por toda a minha vida
Ser somente teu e amar-te como nunca
Ninguém jamais amou, ninguém

Minha bem amada
Estrela pura, aparecida
Eu te amo e te proclamo
O meu amor, o meu amor
Maior que tudo quanto existe
Oh, meu amor!”

(Por toda a minha vida – Tom Jobim)


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