Michele Toardik

Michele Toardik de Oliveira, 44 anos, é advogada, mãe, sócia ininterrupta há mais de uma década e obsessivamente apaixonada pelo Furacão. Contrariou as imposições geográficas, tornando-se a mais atleticana de todas as "fluminenses". É figurinha carimbada nas rodas de resenha futebolística, tendo como marca registrada a veemência e o otimismo incondicional quando o assunto é o nosso Furacão.

 

 

Xô, uruca!

23/03/2007


Confesso que gostaria de esquecer a fatídica quarta-feira e, como é de praxe, depois do chocolate, procurei evitar mesas redondas, comentários, vídeos dos gols ou qualquer coisa que se referisse a este jogo. Porém, os alarmistas de plantão me assustaram e eu não pude deixar de expressar o meu ponto de vista.

Duvido que algum atleticano esperasse o tremendo banho de água fria que tomamos! Principalmente após a bela vitória sobre o Cianorte fora de casa, as expectativas só poderiam ser as melhores possíveis para a partida do meio de semana contra o Vitória, mesmo o adversário jogando como mandante. Novamente, nosso alcance à peleja foi alternativo, via transmissão de rádio, o que nesse caso pode até ter sido uma boa coisa.

O nosso Furacão entrara em campo (ou não!) com uma equipe consistente, preparada desde os primeiros dias do ano, munida de todos os seus titulares e com a moral elevada, o que não foi o suficiente para evitarmos três gols logo de cara.

Terminado o primeiro tempo, houve a esperança de que na segunda etapa, com alguns puxões de orelha do Vadão, o Atlético pudesse abrir o placar e se encaminhar para uma grande vitória de virada. Infelizmente não foi o que aconteceu. O nosso rubro-negro continuou demonstrando grande dificuldade em envolver a equipe recém saída da Série C, não conseguindo impor seu ritmo e, ainda, escapando por milagre de tomar mais gols nas investidas de contra-ataque dos baianos. Por fim, na etapa complementar, o gol de Alan “Bahia” trouxe o que eu precisava: um fio de esperança!

Ainda não consegui achar explicações viáveis, alguma alternativa que dignifique a derrota em um jogo no qual a vitória era dada como certa. Talvez tenha havido menosprezo ao adversário, uma noite sem sorte ou simplesmente o “karma” chamado Givanildo! Mesmo assim não vejo motivos para pânico, afinal, até o dia 05 de abril nada está perdido.

A classificação não será fácil, assim como nada veio de graça nesses quase 83 anos de história! Ainda mais quando essa trajetória é marcada por muita luta, raça e, sobretudo, superação.

Não admito que seja cantada a derrota antes mesmo de jogarmos aqui, sejamos indulgentes e façamos a nossa parte! Mais do que nunca o nosso Furacão precisa do seu apaixonado torcedor e é por isso que convoco a nação atleticana para que possamos finalmente exorcizar esse Givanildo da nossa lembrança e apagarmos as pífias campanhas na Copa do Brasil.

É proibido se deixar abater! Dividiremos a responsabilidade da classificação com nosso time e faremos a diferença. Xô uruca!

Vale lembrar

“O atleticano é, antes de tudo, um apaixonado. A mesma paixão que leva o torcedor a agüentar dois jejuns consecutivos de doze anos (1959-1970 e 1971-1982), com supremacia de seu maior rival e não esmorecer. A mesma paixão e a mesma raça que não se calou na derrota que veio a tornar-se a maior vitória atleticana em anos, naquele famoso 5 a 1 para o Coritiba em abril de 1995. A mesma vibração apaixonada de uma torcida que não sucumbiu à arbitrariedade do Superior Tribunal de Justiça da CBF em 1997, quando, a todo custo, queriam culpar o Atlético e seu presidente por acontecimentos obscuros extra campo.”(http://www.furacao.com/80anos/torcida/)


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