Rodrigo Abud

Rodrigo Abud, 45 anos, é jornalista. Já correu dos quero-queros na Baixada, justamente quando fez um lindo gol do meio de campo. Tarado por esportes, principalmente o bretão, é também alucinado por rádio esportiva.

 

 

Humildade

21/03/2007


Existem diversas formas de se comunicar a um funcionário de que ele não faz mais parte da empresa. Pode-se chamá-lo e comunicá-lo que, em razão de mudanças administrativas, a empresa não necessitará mais dos seus serviços. Também é possível chamá-lo e explicar que a empresa passa por dificuldades financeiras e necessita cortar gastos, um dos cortes será o dele. Em algumas empresas não se chama o funcionário, apenas começam a ignorá-lo, para fazer com que peça para sair, conseqüentemente diminuindo gastos, o que é sempre muito bom para o empregador.

Em uma equipe de futebol funciona mais ou menos da mesma forma. Quando o Atlético mudou o preço dos ingressos, fez o mesmo que a empresa faz com o funcionário, chegou e comunicou, pronto! Eu fui um forte combatente aos novos valores praticados. Fiquei muito indignado, subi pelas paredes, vi refletida, no espelho, a imagem de um torcedor que perdia a chance de acompanhar o seu querido time. No ano anterior tinha comprado o pacote, mesmo não podendo assistir a todos os jogos, principalmente as partidas à noite, do meio de semana.

Assim como muitos torcedores, também sofri e continuo sofrendo com a constante dificuldade financeira do povão, mas hoje mudei meu conceito quanto ao aumento dos ingressos.

Após todo esse tempo concluí que a ação foi correta, afinal o Atlético entrou em outra fase, amadureceu como time e como empresa, solidificou-se no mercado e para tanto, precisava valorizar a sua marca e o aumento dos ingressos foi uma das formas de isso ser feito.

Quando se questionava a diretoria sobre os argumentos por ela usados, eram os que citei acima e o grande número dos torcedores se utilizam do meio-ingresso, o que acarreta em prejuízo financeiro ao clube, apesar de ser um direito do torcedor. Mesmo sendo bem relativo, também considerei como válida essa justificativa.

Apenas penso que o clube poderia mudar a estratégia no início das vendas dos pacotes, quando eles ainda eram vendidos e dos atuais planos de Sócio Furacão. A mudança que sugiro seria somente uma. Que no início do ano, se dê um status para as competições disputadas. Acredito que poucos torcedores se opõem a custear o atual preço do ingresso para jogos do Campeonato Brasileiro, Copa Libertadores, Copa Sul-Americana e Copa do Brasil. Porém, ao mesmo tempo, muitos se opõem ao preço do ingresso praticado nos jogos do Campeonato Paranaense.

Estou convicto que uma média de público de 4728 no Campeonato Paranaense nunca deva ser comemorada pela direção do clube. Seria muito mais inteligente no início da venda dos planos de sócios (pacotes) já se pensar nos jogos do Campeonato Regional com um valor menor, até para que não se criar problemas com os associados quando da venda do ingresso avulso por um valor menor. Penso que R$ 15,00 reais seria um valor justo para os jogos do campeonato do ex-detento. Outro fato que conspira a favor desse valor é a utilização, constante, do time B.

Admito que não só eu, como grande parte da torcida, subestimou as ações da direção, mas é importante que eles também aceitem que o ato não foi tão perfeito assim. Basta apenas um pouco de humildade, eu demonstrei a minha, vamos ver o outro lado.


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