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Michele Toardik
Michele Toardik de Oliveira, 44 anos, é advogada, mãe, sócia ininterrupta há mais de uma década e obsessivamente apaixonada pelo Furacão. Contrariou as imposições geográficas, tornando-se a mais atleticana de todas as "fluminenses". É figurinha carimbada nas rodas de resenha futebolística, tendo como marca registrada a veemência e o otimismo incondicional quando o assunto é o nosso Furacão.
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Receita de sucesso
16/03/2007
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Aproveitei essa semaninha de recesso futebolístico atleticano pra fazer um balanço desses três primeiros meses de 2007, e um breve comparativo com o ano anterior.
Confesso que gostei do que eu vi! Começamos com os pés no chão, com cautela, seriedade, controlando nossas pretensões e principalmente evitando que sejam cometidos os mesmos erros do ano passado. O que é absolutamente compreensível depois do 2006 traumatizante que tivemos! Justamente “o” ano, daquele que se esperava tudo e mais um pouco. Foi apenas mais um, e bem complicado por sinal!
Nossos nervos foram incrivelmente testados e tivemos mais preocupação do que qualquer outra coisa. Os poucos momentos de alegria foram reservados para depois de julho: demos uma respirada com a chegada do Vadão, exorcizamos definitivamente o fantasma do rebaixamento, presenciamos partidas homéricas e até sonhamos mais uma vez com um título internacional. De resto, foi só frustração, instabilidade, nenhum título e nada de vaga na Libertadores!
Mesmo mantida a base do ano anterior e não contando com muitas novidades no plantel, 2007 nos trouxe uma excelente surpresa: o retorno da “prata da casa”. Ou melhor, a volta das jóias da Coroa - Alex Mineiro e Marcão que, além de cumprirem seus ofícios com louvor, vêm transmitindo para o restante do elenco seus exemplos de profissionalismo e amor à camisa.
Até o Campeonato Paranaense, que começou desacreditado, espezinhado e sem prestígio, tomou corpo e foi abrilhantado por conta do Atlético. A tão questionada estratégia de alternar as equipes – Ventania e Furacão – mostrou-se adequada, auxiliou na evolução de muitos jogadores e, principalmente, redescobriu um craque: Evandro.
A partir desse trabalho, reencontramos aqueles velhos ingredientes que sempre deram bom resultado no Atlético: uma dose maior de ofensividade, um quadrado mágico comandado por uma bela dupla de atacantes, jogadas de velocidade, muita raça e aquele centro-avante polêmico e especialista em golaços!
É lindo ver o nosso Furacão cheio de fôlego, com muita velocidade, usando e abusando de jogadas rápidas com as quais sempre fomos acostumados.
Hoje, chega a ser desperdício ou ostentação uma equipe como a nossa desfilando sua categoria em campos de “várzea” e “puxadinhos”, imprimindo seguidas goleadas e humilhando seus singelos oponentes. Mas enquanto os campeonatos significativos não começam ou pelo menos não começam a nos empolgar, enquanto não nos deparamos com adversários à nossa altura, o negócio é tirar o maior proveito possível dessa fase de “preparação”, deleitando-nos com apresentações de gala e chuvas de gols.
Diante do atual cenário como não ser otimista? Como evitar que o favoritismo nos cegue? Realmente é difícil não sonhar, pelo menos com o título Paranaense. Eu me policio, mas não aceito perder o Paranaense! É nossa obrigação e esse negócio de respeitar adversário é coisa pra jogador e cartola. Nós torcedores temos mesmo é que acreditar, zoar e curtir a boa fase. O trimestre nos preencheu de expectativas fundamentadas e principalmente nos mostrou que estamos no caminho certo. Basta acreditar!
Tenho consciência de que existem muitos detalhes a serem acertados, justamente porque queremos alçar vôos ainda maiores. Mas temos que fazer a nossa parte, incentivar incondicionalmente e evitar que “assuntos menos importantes”, tirem o foco do futebol. Não se pode permitir que rixas ou questões políticas quebrem essa corrente positiva, afinal, um pouquinho de tolerância em prol de um ideal maior não faz mal a ninguém.
Felicidades... e muitos gols! Não posso deixar de registrar os meus parabéns a pessoas muito especiais pra mim: nosso ídolo Alex Mineiro e meus amigos também “artilheiros” e atleticanos, Giovanni (destaque do VHFC) e Rafael Guima (homem-gol da seleção dos Demôôônios).
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