Fernando Tupan

Fernando Tupan, 52 anos, é atleticano remido – por influência de um tio. Viu o Djalma Santos, Alfredo, Sicupira, Nilson Borges, Buião, Altevir, Toinho, Nivaldo, Washington e Assis subirem as escadas do antigo Joaquim Américo. Nas arquibancadas, fez parte do ETA, TIA e Atle A Morte. Jornalista político, não perde um jogo do Atlético (tanto faz ser o A ou o B, de chuva e de furacão). Foi colunista da Furacao.com em 2007.

 

 

Vamos invadir os Estados Unidos da América

06/03/2007


A partida que o Atlético fará na quarta-feira contra o Dallas Burns, na Kyocera Arena (para mim será sempre Estádio Joaquim Américo) não será apenas um amistoso. Significará um divisor de águas em nível internacional. Um passo gigante que levará o Furacão a sonhar alto com a conquista da América (do Norte) - um mercado promissor para o mundo da bola.

Muitos atleticanos devem estar torcendo o nariz para o Burns. Poucos paranaenses conhecem ou ouviram falar do time. Tenho certeza que a maioria preferiria ir à Arena assistir o Barcelona, o Real Madrid, o Inter de Milão, o Benfica, o Sporting ou qualquer outra equipe européia.

Durante três anos cobri a Major League Soccer (MLS) e assisti diversos jogos e treinos dessa equipe de Dallas. Garanto que vai ser um desafio de alto nível. O estilo do time combina força e velocidade, misturando técnicas do futebol europeu, como os chutes certeiros da intermediária e o jogo aéreo. Atualmente nota-se um dedo irlandês no sistema de jogo dos norte-americanos, orquestrado principalmente pelo treinador Steve Morrow.

Essa partida contra o Burns não será um amistoso apenas. Os americanos estão se preparando para vencer e não encarar o jogo como um treino.

Os jogadores entrarão no gramado como se fosse uma decisão intercontinental: americanos x brasileiros.

O desafio servirá para um projeto maior e lucrativo: enviar jogadores do rubro-negro para atuar no mercado dos Estados Unidos. Hoje, aliás, muito mais propício para argentinos, colombianos e mexicanos. Na semana passada a equipe contratou o meia colombiano Toja, de 21 anos, que atuou pelo River Plate na última Taça Libertadores. Poderia ter sido um atleta do Furacão.

Apesar do Atlético ainda não ter assinado nenhum acordo com o time de Dallas, espera-se que o presidente Mário Celso Petraglia tome a iniciativa para fechar uma parceria. Ajudaria se o rubro-negro conseguisse formar atletas americanos no Brasil e os enviasse lapidados para atuar pela seleção dos Estados Unidos.

Os americanos adorariam.


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