Patricia Bahr

Patricia Caroline Bahr, 43 anos, é jornalista e se descobriu atleticana nas arquibancadas do Pinheirão, no meio da torcida, quando pôde sentir o que era o Atlético através dos gritos dos torcedores, que no berro fazem do Furacão o melhor time do mundo. Foi colunista da Furacao.com entre 2002 e 2010.

 

 

O adeus do Pantera

25/11/2002


Flávio está indo embora. Sua história no Atlético foi marcada por duas grandes injustiças. A primeira, em 1999, naquele jogo contra o Internacional, na primeira derrota do Atlético na Arena. Nunca vou esquecer: Flávio cruzou toda extensão do gramado sozinho, cabisbaixo e das arquibancadas o coro de centenas de torcedores: “Frangueiro! Frangueiro!”. Com muito trabalho e dedicação, Flávio deu a volta por cima e mostrou que é um dos melhores goleiros da história do Atlético.

A segunda injustiça foi cometida justamente na hora da saída. O nome de Flávio foi incluído numa lista de dispensados. Faltou respeito ao profissional e a tudo o que ele ajudou o Atlético a conquistar. Com certeza, o nome de Flávio já está incluído na galeria dos grandes heróis atleticanos. E por causa dessa trajetória, pelas conquistas, pelo trabalho de Flávio no Atlético, ele jamais poderia ser dispensado numa lista, nivelado a outros atletas que não têm a mesma história que ele teve no clube.

Faltou profissionalismo, reconhecimento. A despedida de Flávio deveria ser uma grande festa de agradecimento, em homenagem a um dos maiores goleiros da história do Clube Atlético Paranaense. Foram sete anos de dedicação ao Atlético, mais de 300 partidas com a camisa do clube. Suas defesas foram responsáveis diretas pelas conquistas da Seletiva, do tri-campeonato Paranaense e do Brasileiro.

Os motivos de sua saída não discuto – até porque dificilmente o Atlético encontrará outro goleiro com o mesmo potencial. Mas a maneira como ela aconteceu é o que revolta. Flávio merecia sair como os grandes ídolos, os grandes heróis – porque ele é um. Ele merecia uma grande festa de despedida, uma última homenagem de quem será eternamente grato por tudo o que ele fez pelo clube. Flávio não merecia sair numa lista de dispensados. Simplesmente porque os heróis, os ídolos, a gente não dispensa. A gente deixa partir, depois de um merecido muito obrigado!


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