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Marcel Costa
Marcel Ferreira da Costa, 45 anos, é advogado por vocação e atleticano por convicção. Freqüenta estádios, não só em Curitiba, quase sempre acompanhado de seu pai, outro fanático rubro-negro. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2008.
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Os sotaques da Copa do Brasil
28/02/2007
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Na semana passada minhas atenções se voltaram para a Copa do Brasil, o torneio mais democrático e nacional do país. Todas as regiões e estados estão representados na competição que tem um formato eliminatório que possibilita os mais diversos tipos de zebras, como a ULBRA de Ji-Paraná eliminando o Santa Cruz ou o Baraúnas encurtando a participação do Vitória/BA.
O Atlético voltou a jogar em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul após mais de 15 anos daquela vitória sobre o Operário pela mesma Copa do Brasil em uma noite iluminada de Renaldo e Marco Antônio. Graças a este torneio a maioria dos torcedores atleticanos descobriu que existe uma cidade chamada Coxim no interior do nosso estado vizinho. E muito mais do que isso, um time representando a cidade, campeão estadual, feito que sequer os tradicionais Guarani e Ponte Preta carregam em seus currículos. Claro que a comparação é exagerada, pois no forte Campeonato Paulista o simpático Coxim sequer jogaria a Série B2.
No dia seguinte, sem ter o que fazer em casa, à noite, resolvi escutar o segundo tempo de Vitória e Baraúnas pela Transamérica de Salvador. Curioso para saber quem enfrentaríamos na fase seguinte da Copa do Brasil liguei a internet e fui atrás da transmissão. O Baraúnas do Rio Grande do Norte vencia o Vitória por 1x0 e o rubro-negro nordestino buscava desesperadamente a virada. Conseguiu somente o empate, através de um gol que os próprios comentaristas baianos admitiram que a bola não entrou.
Foi o jogo para as cobranças de pênalti e aí começou a parte mais engraçada. O narrador comparava o atacante Jorge Henrique do Vitória ao Ronaldo, lembrando do antigo hit do Carnaval local que tinha o seguinte trecho: “cabelo raspadinho estilo Ronaldinho”. O melhor aconteceu quando o último atleta do Baraúnas foi para a cobrança da penalidade e o narrador invocou que o Pai Ambrósio (quem?) tirasse a bola do gol do Vitória. Em vão, pois a bola entrou e o rubro-negro baiano acabou precocemente eliminado.
Acabado o jogo um festival de reclamações em cima do Mauro Fernandes e do suposto interesse na contratação do Mestre Giva. Afirmavam que o Givanildo é um cara arrogante e fraco tecnicamente, com um histórico de insucessos frente aos times baianos. Passado alguns dias leio na internet que o Givanildo de Oliveira acabara de ser contratado pelo Vitória, imagino as lamentações da imprensa e torcida locais, até mesmo por conhecer o trabalho do “Mestre”.
Hoje, assistindo ao Globo Esporte vi a felicidade dos jogadores do ADESG, desconhecido time do Acre, estado mais remoto do país, em jogar no Maracanã, entrar no avião pela primeira vez e pior, maravilhados com o mar nunca antes visto. Um deles chegou a comentar como eram perfeitas as pequenas ondas que se formavam em Copacabana. Salvo por um milagre serão massacrados pelo instável Fluminense e voltarão à realidade do campeonato estadual local.
Assim segue a Copa do Brasil, um torneio engraçado, democrático e repleto de oportunidades, seja de jogar contra um time grande, conhecer um estádio famoso ou mesmo ver o mar de perto. Pelo Brasil afora os mais diversos sotaques e ambições. A do Atlético espero que seja a inédita conquista, aproveitando para conhecer o Mato Grosso do Sul, o interior do Rio Grande do Norte (pois Natal voltou ao roteiro com o América) e outros estados fora do circuito da elite do futebol nacional.
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