Rodrigo Abud

Rodrigo Abud, 45 anos, é jornalista. Já correu dos quero-queros na Baixada, justamente quando fez um lindo gol do meio de campo. Tarado por esportes, principalmente o bretão, é também alucinado por rádio esportiva.

 

 

Copa na Baixada

27/02/2007


Em primeiro lugar, quero agradecer o espaço e dizer que é uma grande honra fazer parte da equipe Furacao.com. Faço questão de que os leitores participem opinando com sugestões, críticas (vaias) e elogios (palmas).

Copa na Baixada

Enfim, o Brasil voltará a sediar o maior evento esportivo de futebol. Seremos o país sede da Copa do Mundo de 2014. Ou alguém acha que a Colômbia, terra da pasta de coca, do chá de coca e por que não da cocaína nos desbancará? É muito difícil! É fácil acreditar que eles podem ganhar mais no campo do que nos bastidores para realização do evento.

Com a recepção da Copa, algumas sedes são praticamente certas: São Paulo (capital e interior), Rio de Janeiro, Minas Gerais e o Distrito Federal, pela força política. Também estou convicto de que Curitiba será uma das cidades escolhidas, por todos os fatores – político, social, ambiental etc.

A maior dúvida fica por conta de qual estádio receberá os jogos do evento.

Descartaria o estádio que já abrigou uma vez o evento. A aconchegante Vila Capanema somente foi acordar para a modernidade agora, mas as obras de melhoria feitas no simpático estádio foram apenas para que o Paraná voltasse a ter um lar, assim sendo é difícil imaginar que possa comportar outra copa do mundo.

O campo do time da segunda divisão tem a seu favor a capacidade e o gramado que está em boas condições. Nos demais quesitos, teria que se reestruturar integralmente para ver o desfile de jogadores das seleções do mundo. Não é segredo nem para nós, nem para eles que o bichão treme, parecendo um cavalo bravo.

Na seqüência, temos o Elefante Branco. Não dá para vislumbrar, por exemplo, um jogo com chuva entre Argentina x Inglaterra no estádio da Federação Paranaense de Futebol. Imaginem que beleza seria ver Carlitos Tevez imitando Reginaldo Cachorrão e dando um lindo mergulho para entrar nos vestiários. Além do que assistir um jogo lá é uma porcaria, é frio, longe em todos os sentidos. A torcida rubro-negra sabe bem o que é ter que encarar uma temperatura de 5 graus, numa quarta-feira à noite para assistir uma partida de futebol, tem que ser guerreiro para agüentar.

Quando o assunto é a Kyocera Arena, estádio mais moderno do Brasil, podemos falar com propriedade. Que o nosso estádio pode receber uma Copa do Mundo isso é fato, mas ele também precisa passar por algumas melhorias. A principal e mais aguardada por nós é a conclusão. Algumas mudanças estruturais como o aumento do número de áreas de saída dos torcedores, os locais para a guarda de volumes e a tão comentada área de estacionamento seriam as prioridades.

Agora o caro leitor se pergunta. Tudo bem, mas aonde ele quer chegar?

O ponto principal desse devaneio é que o principal adversário da Arena para a realização da Copa, acredite, caro leitor, é o estádio que atualmente, somente, recebe partidas de programas de televisão. Assim como Mario Celso Petraglia já visitou o governador Requião tentando viabilizar a Copa na Baixada, o Presidente da Federação Paranaense – Onaireves Moura também fará de tudo para que Pinheirão receba os jogos, ainda mais que serão realizados uma série de investimentos financiados pelo governo, ou seja, melhor oportunidade impossível.

Vale destacar que não será somente aqui que essa disputa acontecerá. Em todas as cidades sedes teremos uma luta ferrenha. Não estranhem se clubes que não possuem estádio comecem as obras dos mesmos a toque de caixa, justamente tentando aproveitar do momento.

No Paraná, o cenário já está montando, resta saber onde será a peça: no moderno ou no obsoleto.


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