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Rogério Andrade
Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.
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Foi de encher os olhos
04/02/2007
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Não foi uma beleza de espetáculo, nem um jogo daqueles para entrar para a história do Atlético. Foi apenas um simples jogo, fraco, muito fraco tecnicamente, que chegou até a preocupar um pouco a torcida, principalmente em alguns momentos do primeiro tempo. É, não foi mesmo um jogo emocionante, mas os torcedores que estiveram presentes na Baixada neste sábado de fevereiro (por sinal, um público medíocre para incentivar o time titular do Furacão), puderam sair com a convicção de que este ano tem tudo para ser um ano muito melhor.
Eu, particularmente, não criei grandes expectativas para assistir o time A ou o verdadeiro Furacão se apresentar diante do fraco time do Nacional. Mesmo assim, foi um jogo diferente, pois ainda não tinha ido à Baixada neste ano e tive a oportunidade de torcer pela primeira vez em 2007 como sócio do Atlético. Estava eu no setor Buenos Aires superior, pensativo, matando as saudades das acomodações da Arena, quando o Atlético entrou em campo. Sinceramente, não senti muita empolgação da torcida neste momento, mas quando vi, ou melhor, revi Marcão e Alex Mineiro pisarem no gramado sagrado, confesso que voltei no tempo. Fui até 2001, depois dei um passeio por 2005.
Quando Alex empurrou a bola para deixar a sua primeira marca nas redes da Baixada nessa nova temporada, vibrei: “foi aí mesmo, foi aí mesmo que o nosso título de 2001 começou a virar realidade. Exatamente nessa área, debaixo dessa trave.” Vibrei também quando o sono bateu na equipe ainda no primeiro tempo, e Marcão, indignado, levantou os braços, como se estivesse intolerante ou cobrando do time uma postura, no mínimo, mais vibrante. “Pô, cadê a organização aí no meio e na frente? Vamos brigar, minha gente!” Mesmo que não tenha sido exatamente isso que Marcão tenha falado, tenho absoluta certeza que foi quase isso.
E a qualidade do futebol de Alex Mineiro? Sem comentários? Não, isso deve render muitos comentários. Meu Deus, há quanto tempo estamos esperando um atacante com cheiro de gol, um cara que sabe o que fazer com a bola antes mesmo de tê-la em seus pés! Olhei para o lado e comentei com o amigo atleticano: “Alex é o cara! É craque, tem um trato especial com a bola, precisa ficar. Precisamos do Alex.” É verdade, precisamos muito de Alex Mineiro, assim como vamos precisar muito do Cléber, Ferreira, Marcão e queira Deus de muitos outros.
A certeza de um novo Atlético nasceu quando Marcão, o excepcional Marcão, o Marcão de sempre, deu um carrinho no jogador do Nacional e com extrema raça, colocou a bola entre seus pés, levantou a cabeça, tocou a redonda nos pés do companheiro e como se estivesse falando “é assim que se faz”, saiu em direção ao ataque. Ah, que saudades eu estava do Marcão! Pareceu um momento normal, daqueles que deveria ocorrer com freqüência em campo, mas foi exatamente neste momento que fiquei, pela primeira vez em 2007, emocionado com o Atlético.
Tomo a liberdade de compartilhar da opinião da amiga Patrícia Bahr, e também deixar aqui o pedido de “Fica, Marcão!”, além do “Fica, Alex!”, já publicado pela excelente colunista. Todos sabemos que muita coisa ainda precisa mudar, muitos ajustes ainda vão ocorrer na equipe e o time ainda precisa melhorar, mas eu deixei a Baixada muito feliz, com a certeza de que as coisas podem mudar muito, e que este ano será um ano bem melhor, de garra, conquistas e realizações. Valeu Atlético!
”Luz que meu céu ilumina
Você é minha metade
Essa paixão me fascina
Tem gosto de felicidade...” (Compasso do amor – Revelação)
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