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Jones Rossi
Jones Rossi, 46 anos, é repórter do Jornal da Tarde, em São Paulo, e um dos fundadores do blog De Primeira. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2008.
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Gigante pela própria natureza
17/01/2007
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Em 2006, o ano em que, segundo alguns, tudo deu errado, o Atlético chegou a uma semifinal de competição sul-americana derrotando River Plate e Nacional. Em outubro, jogou o melhor futebol que um time brasileiro praticou no ano. Até hoje o futebol paranaense viveu de espasmos. Hoje existe o Atlético para imortalizar um jeito bonito e eficiente de jogar. No futuro, o futebol do nosso estado será conhecido pelo que o Furacão fez e faz em campo.
Em 2005 e 2006, com times medianos, chegamos a lugares que times como Corinthians, Fluminense e Botafogo jamais estiveram. Ou seja, jogamos só com a força de uma camisa destinada a ser imortal. A torcida sempre soube que o Atlético é um gigante. Só faltava mostrar isso em campo.
Agora está na hora da diretoria que pavimentou o caminho para que isso acontecesse se dê conta da nova responsabilidade. Não dá mais para pecar por ingenuidade. Não dá mais para perder tempo com picuinhas. Não dá para criar um plano sócio-torcedor (e nem discuto o preço) em cima da hora, sem venda pela internet ou por telefone. Não dá para bater boca com moleques.
Está na hora de saber que o Atlético não tem mais rivais locais. Os simpáticos times paranaenses devem mesmo ser desafiados pelo nosso time B. Por isso mesmo o Atlético deve ser o mentor da volta da Sul-Minas. As modernas diretorias de Grêmio, Inter, Figueirense e Cruzeiro não topariam? Creio que sim.
O Atlético recebe pouco da TV, os jogadores ganham cada vez mais? Não sei a solução, mas quem derrubou abaixo o velho Caldeirão e construiu a Arena no lugar tem cacife e criatividade para encontrar uma solução melhor que apenas o aumento do preço dos ingressos. A torcida não é inimiga, não é algo a ser confrontado. Deve ser parceira do clube. Os torcedores, mesmo os mais crÃticos, confiam na diretoria e teriam prazer em participar mais. Só precisam se sentir torcedores, não consumidores. Futebol atualmente se faz com dinheiro, mas também com paixão.
Por estarmos maiores, também tudo aqui é amplificado. Um exemplo claro. Imaginem se o caso Batista (jogador do Paraná que não renovou para voltar ao Galo/Adap a fim de ganhar seus direitos federativos no final do ano) se repetisse no Atlético. Enquanto no Paraná quase ninguém comenta, aqui seria um escândalo tremendo. Como acontece com o Corinthians em São Paulo, qualquer tufo de grama fora do lugar no CT é motivo de crise. Lidar com o novo status é um desafio para a diretoria.
E não adianta continuar com a polÃtica de isolamento. Sei de casos escabrosos de repórteres que faziam as três refeições por dia no CT e ainda pediam dinheiro emprestado para os jogadores. Uma solução simples seria liberar o acesso para membros selecionados de blogs, sites e fóruns do Atlético. Esse pessoal é crÃtico e não tem os velhos vÃcios da imprensa. Agiriam como fiscais na cobertura diária. Imaginem o repórter glutão com a foto estampada em um blog? Nos Estados Unidos alguns blogs de polÃtica já têm acesso à s coletivas da Casa Branca. Por que não o Atlético tomar a dianteira desse processo inevitável no Brasil?
Esta diretoria chegou ao Atlético com a missão de transformá-lo em um dos grandes do mundo, um Manchester do hemisfério sul. Chegou a hora de cumprirmos nosso destino, o de um clube que nasceu para ser o maior.
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