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Juarez Villela Filho
Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.
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Seria mais cômodo ou fácil falar da estréia de nosso time “B” domingo contra o Jotinha (aliás, temos um time “A” pra chamar o outro de “B”?). Menos cansativo escrever sobre o erro que foi colocar o tal camisa 16 no lugar do Rodrigão. Substituição essa que abalou a sintonia existente entre torcida e time no ensolarado domingo no Xingu.
A crítica fácil poderia vir no ataque ao aumento no preço dos ingressos e ao valor do título de sócio, bem como as poucas notícias de contratações e mais um início de temporada sem nenhum grande destaque vindo pra cá. Aliás, pouca gente se deu conta que um dos poucos destaques atleticanos no maldito ano de 2006 não deve mais jogar pelo Furacão. Ou acham que traríamos uma legião estrangeira se não tivéssemos negociado o habilidoso e raçudo Ferreira? Mas prefiro me alongar e falar de algo mais profundo, algo bom, bonito, lindo na verdade.
Vou tentar falar de amor.
O amor é incondicional. Com o amor tudo se pode, tudo se faz. É bom amar, ainda mais quando também se é amado. Eu amo o Atlético, e esses atletas que hoje vestem esse manto sagrado, não tem idéia de quantas loucuras já fiz pelo meu amor. Mentir para viajar escondido, enfrentar torcedores rivais para defender suas cores, deixar e também ser deixado por uma paixão porque o amor pelo clube falou mais alto do que aquele convite para um fim de semana a dois, a economia para comprar um produto oficial, a loucura de ficar mais de 24 horas numa fila para comprar ingresso.
Quem ama faz loucuras. Mas amar vale a pena!
Já repararam as músicas de torcidas argentinas, tidas como aficionadas pelos clubes, fanáticas ao extremo? Falam de dor, de sofrimento (como um bom tango), falam de amor incondicional, um amor que não cessa. Um amor que transcende, um amor que atravessa barreiras, espaço, tempo. Um amor que independe de como o time esteja: eu te amo e viverei ao seu lado, custe o que custe, andas por onde andas, por toda parte estarei contigo.
Isso é amor!
Não concordo com a política elitista do Atlético e num futuro breve a direção vai se dar conta que está errada. Não gosto de ver nossos destaques sendo vendidos antes mesmo de conquistar algo por aqui e trazermos eternas promessas, somente apostas. Mas eu amo o Atlético e tenho obrigação com a minha paixão, com o meu amor.
Não posso entrar e ensinar Cristian e ser menos disperso e mais combativo como um segundo volante deve ser. O colega Campelo não pode entrar em campo e sair socando todos os cruzamentos, mostrando aos goleiros que é assim que se faz. Marcel Costa não tem como entrar em campo e bater bola com o Evandro para ambos discutirem como é melhor bater faltas ou escanteios com precisão, assim como o amigo Tavares não pode ensinar Denis Marques que fazer gol não é a coisa mais difícil do mundo, até ele faz seus golzinhos. Mas podemos, todos nós, ajudar o Atlético e a primeira maneira de fazê-lo é dando esse voto de confiança, é se associando ao clube.
Repito, os preços ainda estão longe de serem sequer razoáveis, mas quem ama e vai a todos os jogos, quem ainda tem condições financeiras para se associar ao clube, deve fazê-lo. O amor também cobra, mas quem de nós primeiramente não abre mão de muitas coisas para conquistar um novo amor? Levante a mão quem nunca modificou seus hábitos, mudou o penteado, passou a ler coisas diferentes para ter seu amor ao lado? Antes de cobrar temos que demonstrar nosso amor e uma das formas que acho que temos, é ajudando financeiramente e se associando ao Atlético.
Eu amo o Atlético, e sei que essa é a maneira que posso ajuda-lo. Quem ama reclama, fica bravo, mas sente uma alegria que os insensíveis jamais sentirão.
ARREMATE
” O amor não cala não/
ouço sempre a sua voz/
é bom ouvir palavra por palavra”, O amor não cala – Fernanda Porto
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