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Juarez Villela Filho
Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.
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Ainda não há aquela empolgação que foi vista em alguns dos últimos anos, especialmente o desmedido otimismo de 2006, mas aos poucos o torcedor vai tomando ciência das dificuldades em se montar um elenco competitivo no ano que se inicia.
Qualquer um, e aqui não entra figura de linguagem, é qualquer um mesmo, jogador médio, de relativo destaque, que ainda seja novo, já sai do time em que teve uma boa temporada. Não é exclusividade nossa, é só ver que até mesmo o poderoso e rico São Paulo, perdeu dois titulares antes mesmo de terminar o Brasileiro, com Fabão e Danilo indo para o oriente e agora o excelente Mineiro fazendo as malas para se despedir do Brasil. Chegamos num ponto de saturação das vendas de jovens valores, que perdemos jogadores para times de 2ª linha da Alemanha, França, Portugal e Turquia e para novos mercados, como o Oriente Médio, México e a emergente Ucrânia.
A situação do Atlético é complicada. A base é derrotada, tem o amargo gosto do fracasso ainda preso na boca, como aquele Campari com Run Montilla bebido ao extremo na noite de reveillon. Mais de 60% dos jogadores responsáveis pelas precoces eliminações ante Adap e Volta Redonda, terminaram o ano jogando. Perderam, perderam, subtraíram do orgulho atleticano a mística que nos fazia quase imbatíveis em casa e ainda terminaram o ano titulares.
Mas veja o inverso. O ex-rival Coritiba, de saudosa memória também foi vítima do time de Campo Mourão no estadual e eliminado na mesma fase que o rubro-negro na Copa do Brasil. O que fez? Reformulou o elenco e trouxe jogadores de reconhecida qualidade técnica, ainda mais para disputar a segundona, como Paulo Miranda, Caio e o meia Cristian, além dos já conhecidos avantes Alberto e Wilian. De que adiantou, mesmo contando com uma boa presença de público em casa e virando o turno em primeiro? Nada, e estarão mais um ano (no mínimo) fora da elite nacional.
Não quero com isso me conformar com mais uma leva de “Zes” que poderia desembarcar no CT no início de janeiro. Não ficar com alguns atletas que serão novamente emprestados e não repetir o erro de teimar diminuir o prejuízo com jogadores que todos sabem que não tem lugar aqui, já é um grande passo. Mas contratar quem, se qualquer destaque como o atacante Marcos Aurélio já se deslumbram com a chance de ganhar mais dinheiro e por isso vão tomando atitudes precipitadas que tanto já prejudicaram o ex-jogador Dagoberto por exemplo?
Creio que será um bom ano para que o cientificismo do CT do Caju seja colocado a prova, afinal, já é meia década do tal trabalho e tivemos, na prática, uma formação de atletas de gabarito abaixo do esperado. A grande leva de bons jovens veio ainda do PSTC. Este ano a gurizada pode entrar e mostrar se o tão decantado “melhor CT do Brasil” é coisa séria que nos trará resultados ou apenas piscina pra coreano e spa pra turma do come-dorme.
Confio em um 2007 muito bom à toda nação atleticana.
ARREMATE
” A imaginação é um labirinto onde o difícil é a entrada, não a saída”, Rubem Fonseca
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