Silvio Rauth Filho

Silvio Rauth Filho, 49 anos, descobriu sua paixão pelo Atlético em um dia de 1983, quando assistiu, com mais 65 mil pessoas ao seu lado, ao massacre de um certo time que tinha um tal de Zico. Deste então, seu amor vem crescendo. Exerce a profissão de jornalista desde 1995 e, desde 1996, trabalha no Jornal do Estado. Foi colunista da Furacao.com entre 2004 e 2009.

 

 

Não precisamos de reforços

31/12/2006


O Atlético não precisa de reforços para 2007. O caminho para o sucesso está traçado no BID, entre aqueles 100 nomes já inscritos. Lá estão Rogério Corrêa, Marcão e Netinho, por exemplo. Unindo jogadores como esses ao time de 2006, Vadão terá um elenco forte suficiente para vencer a Copa do Brasil e conquistar uma vaga na Libertadores.

Começando pela camisa número um, não há necessidade de mudanças. Cléber foi o melhor goleiro do Campeonato Brasileiro de 2006, mas o preconceito com o futebol paranaense impediu que isso ficasse nítido. Nas laterais, Nei e Michel podem dar conta do recado.

Na defesa, Danilo e João Leonardo mostraram excelente desempenho em jogos duríssimos, como contra o River Plate e o Nacional. Erraram como os demais, mas estão em franca evolução e prometem um 2007 de alta qualidade. Se Marcão e Rogério Corrêa voltarem, esse setor ficará ainda mais forte.

Para a posição de volante, Vadão tem um excelente cardápio: Erandir, Alan Bahia, Marcelo Silva e Chico. São bons jogadores e têm características diferentes, o que oferece ao técnico muitas alternativas de jogo. No meio-campo, o clube conta com o habilidoso Ferreira. Para fazer dupla com ele, há três boas opções: Válber (rápido e driblador), William (voluntarioso e bom marcador) e Netinho (bom nos passes e nos chutes de média distância). Se Cristian recuperar a garra e voltar a jogar futebol, também pode entrar na disputa e ajudar o clube.

No ataque, o Atlético faz inveja aos demais clubes brasileiros. É muito raro uma equipe com tantas alternativas. Para jogar como "centroavante clássico", dentro da área, temos Pedro Oldoni, um jovem com grande potencial e em franca ascensão, e Paulo Rink, um jogador de muita garra e que só precisa de uma sequência de jogos para engrenar. Para atuar como atacante de criação, temos Marcos Aurélio, um craque. Tem habilidade, visão de jogo e raciocínio rápido. Além disso, suas finalizações são extremamente precisas.

Outra boa alternativa é Rodrigão, que já atuou como meio-campo. Tem boa técnica e sabe exercer a função de pivô, protegendo a bola e fazendo as tabelas curtas. Para incomodar o adversário no segundo tempo, o Atlético conta ainda com Denis Marques, rápido e driblador. Se melhorar a pontaria, será um dos melhores atacantes do Brasil.

Claro que todos esses jogadores possuem defeitos e decepcionaram a torcida em determinados momentos. Mas todos estão acima da média do mercado brasileiro. Ou seja, não há atletas de melhor qualidade disponíveis para contratação. A não ser para clubes que possam desembolsar milhões.

É uma ilusão acreditar que o Atlético tem condições de contratar jogadores conhecidos e melhores que esses. Aqueles que já alcançaram algum destaque na carreira só querem saber da Europa ou do eixo Rio-São Paulo. São raríssimos sujeitos como Washington (o Coração Valente), que apesar de todo destaque internacional, aceitou recomeçar a carreira no Furacão.

Se o torcedor deixar a paixão de lado e analisar friamente, verá que o Atlético tem um bom time. Não foi por acaso que essa mesma equipe superou um tricampeão mundial (o Nacional), um bicampeão da Libertadores (River Plate) e jogou de igual para igual com o tão badalado São Paulo. Com tempo para Vadão trabalhar e o entrosamento já herdado de 2006, o Furacão vai soprar forte em 2007.


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