Marcel Costa

Marcel Ferreira da Costa, 45 anos, é advogado por vocação e atleticano por convicção. Freqüenta estádios, não só em Curitiba, quase sempre acompanhado de seu pai, outro fanático rubro-negro. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2008.

 

 

Encantadoras atleticanas

13/12/2006


Ainda novo no site, escrevi em 08 de março de 2005, uma coluna sobre as mulheres atleticanas em homenagem ao dia internacional delas. Era um texto genérico, para todas aquelas que torcem ou simpatizam pelo Atlético, clube que, proporcionalmente, tem o maior número de torcedoras femininas no país. Na última pesquisa detalhada, os números apontaram 51% da torcida atleticana como sendo do sexo feminino.

Nas férias do futebol, os assuntos do Furacão ficam restritos às especulações para 2007, portanto, reservo-me o direito de voltar a escrever sobre as encantadoras torcedoras do Atlético, contando um resumo da história de algumas delas e os diferentes motivos que as fizeram rubro-negras.

Michelle é minha irmã. Nasceu atleticana, influenciada por nosso pai, avô e claro, por mim. Viveu momentos de extrema felicidade, como no dia que invadiu o campo para comemorar o título da Série B, mas também sofreu muito com o time que penava até 1995. Hoje afastou-se do estádio, por razões pessoais, mas acredito que seja momentâneo, pois nunca deixou a paixão atleticana de lado, por mais que conheça melhor os times dos anos 90 que o atual.

Michele, com um L, nasceu no Rio, mas veio para Curitiba e apaixonou-se pelo Atlético. Freqüentadora assídua da Arena, dona de pacote e extremamente supersticiosa, tendo a mania de entrar sempre pelas catracas ímpares. Não passa um minuto sem se preocupar com o Atlético e acredita que possamos vencer qualquer adversário, onde for, independente da qualidade do nosso time. Ama tanto o Furacão que é difícil imaginar como viveria sem o Atlético.

Patrícia, Julia, Nadja e Monique são jornalistas (ou serão um dia) e escrevem (ou escreveram) para o furacao.com. Dedicam-se ao site por amor, sem receber nada em troca, apenas a satisfação de colaborar de alguma maneira com o Furacão. Conciliam o tempo dos seus trabalhos oficiais para ouvir programas esportivos chatos ou navegar pela internet em busca de uma novidade sobre o clube.

Maria Poliakova é russa, nasceu do outro lado do mundo. Veio pequena para o Brasil e, apaixonada pelas cores vermelha e preta, logo decidiu que seria atleticana, preferindo o clube ao também rubro-negro Flamengo. Ganhou uma camisa, encantou-se e nunca mais abandonou o Furacão, certamente sendo um exemplo inusitado de paixão à primeira vista pelo clube. Em 2007 pretende comprar seu primeiro pacote para acompanhar a temporada completa do Furacão. Até frente ao Kremlin já posou com a camisa atleticana.

Flávia Augusta é modelo. Até o início do ano era uma torcedora anônima, mas após topar o desafio de representar o Atlético em um concurso do portal Globo.com, como musa do clube, passou a ser reconhecida e admirada pela torcida atleticana. Honrou o Furacão, tendo sido segunda colocada entre as vinte concorrentes e sendo a única a vencer a campeã flamenguista. Sempre vai aos jogos acompanhada da irmã Juliane, também atleticana.

Letícia é advogada. Sempre esteve cercada de atleticanos, seja na família, entre os amigos e agora com o namorado André. Não é das mais assíduas freqüentadoras de estádio, mas nunca escondeu o quanto torce e gosta do Atlético. Ultimamente, até em jogo do time B tem ido, para sossegar o agitado namorado.

Clara Guimarães é assistente social. Sacrifica sua vida pelo clube, como nas vezes em que teve que se desdobrar para encontrar casa, escola e inúmeras outras necessidades das esposas dos atletas. Conselheira do Atlético e descendente de uma tradicional família atleticana, Clara torce para que um dia a amiga Yara Eisenbach torne-se a primeira presidente mulher do clube. Fato que destacaria novamente o Atlético como um clube inovador no país.

Joyce é minha tia. Foi casada com um conselheiro coxa-branca, teve dois filhos fascinados pelo time verde, sendo um deles responsável pelo principal site de torcida do rival. Apesar disso nunca escondeu que era atleticana. A única coisa que escondia era a camisa, evitando que os filhos sumissem com ela. Mora ao lado da Baixada e acompanha o clube com afinco, sempre atenta às novidades.

Acredito ser possível escrever um livro contando detalhes ainda maiores sobre como as citadas atleticanas apaixonaram-se pelo Furacão, mas neste texto foi necessário resumir cada história.

Fui obrigado a omitir diversas outras torcedoras atleticanas, que embelezam e simbolizam o Atlético como um clube democrático que sempre acolheu, sem distinção, todas as classes sociais e sexo. Assim como não poderei citar outras amigas, como a Julianne e a Lud, que ao contrário da maioria das mulheres que torcem por um time paranaense optaram, respectivamente, pelo Coritiba e Paraná. No entanto, as duas sempre prestigiam minhas colunas, inclusive opinando sobre elas.


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