Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

Bom senso, acima de tudo

06/12/2006


Vadão fica. Evidente e extremamente necessário que o técnico do novo ano, o mesmo que observou tantas e tantas deficiências no decorrer deste ano que está no fim, tenha a responsabilidade, o compromisso e o bom senso de refazer tudo, da melhor maneira possível. O bom senso deve estar em seus olhos, em suas atitudes, em suas decisões. É preciso que Vadão seja, antes de qualquer coisa, um homem verdadeiramente técnico, que não enxergue as coisas pelo lado pessoal e não seja tão “queridinho” ou muito amigo do grupo. A liderança é composta por alguns fatores, e um dos mais importantes é estabelecer um limite entre a amizade e a autoridade.

Falo isso porque estiveram em campo, este ano, alguns jogadores que nitidamente não possuem condição alguma de vestir a camisa do Atlético, casos de César, Willian, Cristian e companhia. Assim como alguns que são de propriedade do Atlético e já se especula seus possíveis retornos, também não trarão consigo um novo modelo de futebol. Continuarão sendo os mesmos, ainda são os mesmos, e se passarem por aqui, deverão comparecer apenas para cumprirem seus papéis burocráticos e logo se encaminhar para seus novos clubes. A maioria está lá, vindo de baixo, da turma da segundona, e chegamos a um ponto em que não podemos mais “apostar” e tentar a sorte. A probabilidade de que possa dar certo é mínima, e entre o certo e duvidoso, o Atlético precisa definitivamente descartar a segunda hipótese.

É necessário que Vadão, antes de iniciar seu trabalho efetivamente, já comece a pensar neste tipo de exigência. Gostei, volto a dizer, do trabalho realizado por Oswaldo Alvarez neste ano, quando chegou para apagar o incêndio, reabilitou o time, deu ao Atlético um padrão de jogo, nos livrou do rebaixamento, liderou o elenco e só não foi mais longe na Sulamericana por uma tremenda desmotivação e incompetência dos jogadores. Não podemos atribuir a Vadão toda a culpa na eliminação do torneio continental. Ele fez o que pôde, chegou até onde conseguiu, e com este nível de jogadores, até que foi longe demais. Fazer mais do que isso, sem contar com nenhum tipo de empolgação por parte dos atletas, principalmente no segundo jogo contra o Pachuca, seria simplesmente impossível. E se muita coisa errada impediu a participação do Atlético na final da copa Sulamericana, impossível que Vadão não saiba exatamente onde estejam as “feridas” do elenco.

Por isso e por muito mais, novamente volto ao ponto de partida principal para 2007: reformulação. E isto não pode ser esperado pela diretoria, por um abaixo assinado dos torcedores ou coisa parecida. Um homem precisa ser o primeiro responsável a arregaçar as mangas, balançar o esqueleto, exigir essa reformulação e executar um planejamento baseado em mudanças. Este homem é Oswaldo Alvarez.


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