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Patricia Bahr
Patricia Caroline Bahr, 43 anos, é jornalista e se descobriu atleticana nas arquibancadas do Pinheirão, no meio da torcida, quando pôde sentir o que era o Atlético através dos gritos dos torcedores, que no berro fazem do Furacão o melhor time do mundo. Foi colunista da Furacao.com entre 2002 e 2010.
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Conmebol, qual é a sua?
02/12/2006
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Os números não mentem, dizem os matemáticos e numerólogos. E são justamente os números que nos mostram a total falta de critério da Confederação Sul-Americana de Futebol:
Kyocera Arena – capacidade: 23 mil pessoas
Estádio Hidalgo – capacidade: 30 mil pessoas
Em comum, ambos os estádios (o moderno estádio atleticano e o simpático estádio do Pachuca) não têm o mínimo de 40 mil lugares exigidos pela Confederação Sul-Americana de Futebol para abrigar uma partida decisiva de competição oficial organizada pela entidade. No entanto, a regra que vale para o clube brasileiro não é a mesma que vale para os mexicanos.
A desculpa arranjada pelo diretor de imprensa da Conmebol, Nestor Benítez, soa mais como balela do que outra coisa. Diz ele que recebeu um documento que auferiu a capacidade do Estádio Hidalgo em 38.905 lugares. Que documento? Se a própria Federação Mexicana de Futebol, em seu site oficial, atesta o estádio Hidalgo com capacidade para 30 mil espectadores! A desculpa acabou em tom de ladainha. Ou desculpa esfarrapada.
Para a torcida atleticana, difícil é acreditar nas palavras de Benítez. “Nunca agimos com má-fé com o Paranaense e nem qualquer outro clube. A Conmebol trata todos de maneira igual”, disse, em entrevista ao jornal Tribuna do Paraná. Aham.... sei!
Mudança no regulamento
Depois de todos os incidentes que aconteceram desde a final da Copa Libertadores da América do ano passado e que agora ganha mais um capítulo, com a estranha liberação do simpático, mas também “pequeno” estádio Hidalgo, a conclusão que se chega é: alguma posição a Conmebol tem que tomar – e de forma oficial e definitiva.
Nos últimos meses, enquanto o Atlético disputava a Copa Sul-Americana, tive o prazer e privilégio de conversar com diversos jornalistas esportivos a respeito dessa limitação do regulamento. Dos simpáticos argentinos, aos retraídos uruguaios e cordiais mexicanos, além de grandes nomes do jornalismo esportivo brasileiro, como Paulo Vinícius Coelho, da ESPN Brasil, todos, sem exceção afirmaram: é um absurdo um estádio com a estrutura, a modernidade, a segurança e o conforto que a Kyocera Arena oferece não poder abrigar um jogo decisivo.
A solução é a Conmebol rever os seus conceitos. Primeiro porque se um estádio, seja ele qual for, tem condições de abrigar jogos até a semifinal da Libertadores ou Sul-Americana, parece óbvio que pode sediar também a final. E segundo, limitar o conceito “pode”/“não pode” à capacidade – quando o futebol moderno nos exige primar pela segurança e infra-estrutura é, para dizer o mínimo, irracional.
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