Bruno Rolim

Bruno Rolim, 42 anos, é bacharel de Turismo e jornalista. Filho de coxas, é a ovelha rubro-negra da família. Descobriu-se atleticano na final do Paranaense 90, com o gol do Berg. Foi colunista da Furacao.com entre 2002 e 2007.

 

 

Desabafo após um ano frustrante

29/11/2006


Domingo o Atlético encerra suas atividades no ano de 2006, em um jogo completamente desinteressante contra a já rebaixada Ponte Preta. Mesmo com a possibilidade de classificação para a Sul-Americana de 2007, o jogo não possui nenhum atrativo - ou alguém ainda consegue se empolgar com nosso time atual?

Foi um ano esquisito, eu diria. O ano das apostas que deram errado: os fanfarrões Lothar Matthäus e Navarro Montoya (que saíram invictos do clube, curiosamente); o esforçado (e abominável) Givanildo; alguns ex-jogadores como César e Paulo Rink (este tem meu respeito pela história no clube, mas poderia ter dignidade e respeito ao clube e se aposentar. Certamente algum lugar dentro da comissão técnica ele poderia ter); entre outras apostas que não deram certo.

O time foi o reflexo da comissão técnica confusa: um goleiro de muitos altos e muitos baixos; dois laterais que alternavam boas apresentações com agressões e cartões vermelhos; um zagueiro bom e inexperiente, e outro apenas inexperiente; dois volantes quebradores de bola; um terceiro-volante-falso-meia que ninguém entende o que faz no campo; um atacante que virou folclore pela sua (falta de) precisão nas finalizações. E, no meio desse samba do crioulo doido, uma grata revelação - o atacante Marcos Aurélio - e o motor do time, o colombiano Ferreira.

O que podemos apostar para 2007? Não faço a mínima idéia. A perda iminente de jogadores como Cléber e Danilo (que apesar da irregularidade, seriam boas apostas para o ano que vem) não é um bom sinal - me assusta contar com a possibilidade de uma zaga com César e João Leonardo, e o Tiago Cardoso no gol. Teremos, como sempre, o retorno de nossos 185 jogadores emprestados para clubes desde o Acre até o Tocantins. Mas não é isso que me assusta mais.

Sobre a conclusão da Arena, uma declaração de Mauro Holzmann me chamou a atenção: “o Expoente deve se mudar durante o mês de janeiro e imediatamente nos entregar o terreno. Iniciaremos os trabalhos tão logo os projetos estejam terminados e a equação financeira, resolvida. Como a diretoria tem falado, não queremos mais sacrificar o dia-a-dia do clube com investimentos em obras”. Equação financeira resolvida? Não é nem um pouco agradável a possibilidade de chegar o mês de janeiro e não termos o início das obras.

Qual vai ser a motivação do torcedor? Se as expectativas pela conclusão forem frustradas, e os reforços para o time forem Bruno Lança, Jorge Henrique e Ticão, a diretoria do clube vai ter uma venda de pacotes e presença de público pífia. Não basta termos um belo estádio, o time precisa vencer. Ou precisa pelo menos demonstrar vontade de vencer, ter sido formulado para vencer. O último time do Atlético que demonstrou força técnica foi o de 2004. O time de 2005 era limitado, mas tinha alma, dava o sangue nos jogos. O time de 2006, além de limitado, mostrou um despreparo e indolência impressionantes. Se 2007 repetir 2006, será um ano bem desagradável. Mesmo sem rivais na Série A para incomodar...


Este artigo reflete as opiniões do autor, e não dos integrantes do site Furacao.com. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.