Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Compromisso

28/11/2006


Imaginem a cena. O competente jornalista Sérgio Tavares Filho descobre uma família de imigrantes poloneses que ainda cultua a língua mater. Todos da família, que já estão em sua III geração no Brasil pós 2ª Guerra Mundial, falam e escrevem em polonês, mantendo vivas tradições como cantos, histórias e danças. Isso em pleno meio urbano de uma metrópole como Curitiba. Faz uma excelente pauta e simplesmente seus editores consideram tema irrelevante, de pouco apelo e jogam no lixo. Sérgio, depressivo, resolve largar o jornalismo e volta para Matinhos vender miçangas na beira da praia.

Ou o amigo Marcel Costa, brilhante advogado que perde uma causa que sabe, de antemão, ser complicadíssima. Tenta, estuda, conversa com seus pares para tentar uma melhor estratégia, mas vê que a coisa é complicada e procede ao substabelecimento da causa. Fica chateado, praticamente larga tudo e vai cuidar do casal de chinchilas de sua irmã.

Quem sabe eu mesmo, recém derrotado nas últimas eleições, juntamente com meu partido. Apesar da boa campanha, limpa, propositiva, enfrentamos a máquina e um candidato que é um mito nas urnas. Derrota. E o que faremos agora? Uma oposição vigilante, fiscalizadora e zelosa, ou simplesmente largamos tudo, desistimos e esperaremos passivamente passar os próximos quatro anos?

Este medíocre elenco já largou tudo. Depois da derrota vergonhosa em casa para os juvenis do Corinthians e as chances da Libertadores 2007 terem sido abortadas, o pessoal não quer mais nada com nada. Um ponto pra dar uma esfriada no campeão São Paulo e pronto. Garantia de 1ª divisão ano que vem e segue o baile. A falta de vergonha na cara desses péssimos profissionais após o jogo onde fomos humilhados pelo Figueirense, é revoltante. O Atlético tem a obrigação de vencer a ,infelizmente rebaixada Ponte Preta domingo próximo. Isso é questão de honra!

Já são 7 rodadas com apenas 1 ponto marcado e um balaio de gols sofridos. É um elenco perdedor, desde o seu nascedouro. Independente da qualidade técnica, perdemos nosso líderes. Sem Diego, Marcão e Aloísio, o time ficou sem voz ativa dentro de campo e temos no inconstante e inexperiente Danilo a “liderança” que inclusive capitaneia essa barca furada. Montamos um elenco barato e sem qualidade e insistimos em apostas furadas, ou tem como se esquecer que iniciamos o ano com Rodriguinho, Selmir e apostamos ainda nas voltas de William e Ivan?

Frutos da já famosa “política pecuarista” do Atlético. O engorda gado, onde emprestamos nossa camisa, história e a paixão de um povo para que jovens aventureiros a usem e façam dinheiro. Não esqueço da volta do ala Michel Bastos, destaque no Figueirense em 2005: “estou feliz com a minha volta porque o Atlético dá uma boa visibilidade e pretendo logo ser negociado e voltar para a Europa”. Detalhe, o cidadão em questão não pensou em ser ídolo, em conquistar títulos e nem seguir a ascendente que estava tendo na carreira para lutar por uma vaga na Seleção Brasileira. Sabe, como grande parte dos atletas, que o Atlético é somente uma ponte, um elo.

O time que está, desde a derrota em casa para o Pachuca, entrando em campo por obrigação e de saco cheio é isso aí, um elenco descompromissado com a vitória, uma legião de atletas sem ambição (que não seja a financeira) e a cara da derrota anunciada. Pudera, são comandados por um técnico pouco ousado, parecendo sempre estar satisfeito com o que quer que aconteça. Um time vencedor, campeão, ou ao menos que vai procurar sê-lo, tem gana, vontade de vencer e crescer. O Atlético tem muita, mas muita coisa para mudar em 2007, caso queira, ao menos permanecer na 1ª divisão e quem sabe chegar mais longe no estadual e na Copa do Brasil.

A começar pelo CT, tão decantado em prosa e verso, no seu verso e reverso e que contribui muito modestamente na formação do elenco principal. Mas isso é tema de outro texto.

CORREÇÃO

Na coluna da última quinta-feira, intitulada Arbitrariedade, escrevi sobre o problema que tivemos com policiais militares que roubavam aparelhos de som de veículos no Lago da Ordem e critiquei a impunidade reinante no Brasil, em analogia à péssima arbitragem do senhor Luiz Antonio Silva Santos na derrota em casa para o Corinthians e que depois carregou uma súmula extremamente mal redigida que nos fez perder mais 3 mandos de campo ano que vem.

Tive a informação que os PM´s envolvidos foram julgados e expulsos da corporação, o que muito me alegrou, ao saber que estão tentando acabar com o corporativismo e fazendo justiça. Feita a correção.


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