Ricardo Campelo

Ricardo de Oliveira Campelo, 44 anos, é advogado e atleticano desde o parto. Tem uma família inteira apaixonada pelo Atlético. Considera o dia 23/12/2001 o mais feliz de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2011.

 

 

De volta à mediocridade

23/11/2006


O Atlético começou bem o ano de 2006. Com o alemão Matthaus no comando, o time fez boas partidas no Campeonato Paranaense e chegou a deixar a torcida animada. Matthaus foi embora, e, a fragilidade do elenco foi se comprovando jogo após jogo. Primeiro a eliminação no estadual para a ADAP, e depois na Copa do Brasil para o Volta Redonda.

Naquele momento, não havia dúvidas: o time era muito fraco e perigava ser rebaixado no Brasileirão. E a regra do Atlético no nacional, de fato, foi ser um time medíocre. Passamos boa parte do campeonato na zona de rebaixamento. O time que era medíocre em março, continuou medíocre até agosto, quando escrevi que o Atlético brigaria para não cair com Santa Cruz, Fortaleza, Ponte Preta e Botafogo. Trocando o Botafogo pelo São Cetano, são estes e mais dois ou três os poucos times que conseguiram ser piores que o Atlético no Brasileirão.

No final de agosto para setembro, o time começou a ter bons resultados quando Vadão conseguiu se impor e dar uma cara ao time. Colocou Cristian, que naquela época tinha vontade de jogar, e Marcos Aurélio, que, bem municiado, fez diversos gols importantes. Vivemos uma fase boa que logo passou a se alternar com jogos horríveis. O atlético vencia o Santos, e levava 5 do Botafogo em casa. Superava Santa Cruz e Fortaleza, mas sucumbia diante do Juventude.

O pico de rendimento realmente foi na Sulamericana, com grandes jogos como o contra o River Plate em Buenos Aires e o contra o Nacional, na Baixada. Nesta mesma época, resultados expressivos no Brasileirão, como as goleadas sobre Paraná e Vasco.

De repente, tudo voltou à mediocridade do começo do ano. Quatro derrotas seguidas, três delas em casa e, a mais importante delas contra o Pachuca, pela Sulamericana. Na reta final, ainda sobrou uma goleada no México para não deixar dúvidas quanto à qualidade do time e a capacidade do treinador de extrair dele um rendimento melhor.

Enfim, a regra deste ano foi a mediocridade. Um time que teve, no geral, três atuações ruins para cada partida encantadora. Um time que começou o ano mal e que, pouco reforçado, terminou o ano de forma melancólica, na parte de baixo da tabela no nacional e eliminado da Sulamericana com uma goleada.

Desde 2004, o Atlético não tem um time de alta qualidade. Mesmo assim, chegou ao vice-campeonato da Libertadores e às semi-finais da Sulamericana. Isso pode ser interpretado de duas formas. A primeira é a que costuma ser adotada pela diretoria, no seguinte sentido: "se com times medianos conseguimos disputar títulos e estar na mídia, por quê gastar mais?". A segunda é a que cada vez mais o torcedor atleticano está encampando: "Se não está difícil, por quê raios a diretoria não investe mais para efetivamente ter chances de conquistar estes títulos?"

O torcedor está cansando de comemorar venda de jogadores, ou de achar que, uma hora ou outra, um desses times medianos que armamos vai conquistar algo importante. Se temos uma das melhores estruturas do país, queremos disputar títulos. O Atlético tem que entrar para ser o melhor, e não para esperar que os outros sejam piores.


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