Sérgio Tavares Filho

Sérgio Juarez Tavares Filho, 45 anos, é jornalista e morou até os 12 anos em Matinhos, litoral do Paraná. Acompanha o Atlético desde que nasceu e vive numa família 100% rubro-negra. Até os cachorros se chamam Furacão e Furacão Júnior. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2009.

 

 

Bando

23/11/2006


Quando um time entra em campo com a necessidade de vitória, o mínimo que se espera é dedicação. A boa vontade maquia as falhas. Foi com um empenho sobrenatural que o Atlético conseguiu fazer boas partidas contra River Plate, Nacional e Vasco. A magia desses três jogos não serviu de exemplo para Vadão se inspirar. Dois zagueiros ruins e três volantes que não sabem marcar e nem criar interferem negativamente em qualquer resultado. Coloque no mesmo saco dois alas brigões e um atacante perdido. O bando está criado.

Mais sofrido do que as derrotas para o Pachuca, está a falta de planejamento do futebol atleticano. Pegue a escalação do primeiro jogo do clube em 2006. No dia 11 de janeiro, dos atuais titulares, apenas Jancarlos, Danilo, Alan Bahia e Cristian estiveram em campo. É pouco? Tudo bem. Na estréia do Brasileiro o clube entrou em campo com Moreno. Passando por Vinícius Eutrópio, Lothar Matthaus, Givanildo e Vadão, o que o Atlético mais fez foi perder tempo. Os olhos foram vendados na espera do sucesso.

Nem toda boa estrutura cria artistas. Não basta apenas a ciência para se aplicar as metodologias vindas do exterior. É preciso mais do que isso. Nunca duvidei dos profissionais que trabalham no clube, mas o futebol virou produto secundário. Vibramos com a chegada do alemão, sorrimos com a conclusão da Baixada, estendemos as mãos quando o clube pede, mas o retorno, o único retorno que a torcida pede, vem vestido de vermelho e preto com Vadão, William, César, Danilo, João Leonardo, Alan Bahia e Cristian dentro.

O amadurecimento do Atlético é brilhante. Mas ninguém vive só de "Top Of Minds". Isso é calça de veludo e cueca rasgada. É mais um diploma na parede e menos tempo para se pensar em quem vai dirigir o time em 2007. A saída do Colégio Expoente ocupa mais espaço nas reuniões do que uma nova dupla de zaga ou um novo trio de volantes.

Em duas partidas que ainda restam nesta temporada, alguns jogadores precisariam agradecer aos céus a oportunidade de um dia terem jogado num time grande. O Atlético merece respeito. Assim como o seu torcedor. As vaidades e brigas dentro do elenco devem ser cortadas pela raiz. Que venham a boa vontade e a gana de vencer. Com uma pitada de qualidade.


Este artigo reflete as opiniões do autor, e não dos integrantes do site Furacao.com. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.