Bruno Rolim

Bruno Rolim, 42 anos, é bacharel de Turismo e jornalista. Filho de coxas, é a ovelha rubro-negra da família. Descobriu-se atleticano na final do Paranaense 90, com o gol do Berg. Foi colunista da Furacao.com entre 2002 e 2007.

 

 

Estão matando nossa torcida!

18/11/2006


Bom dia a todos, depois de um longo inverno fora, retorno. Um ano difícil, atribulado com tarefas de trabalho e fim de faculdade. Ainda assim, consegui acompanhar o Atlético, ir a quase todas as partidas. Vibrar com a contratação do técnico alemão, ficar envergonhado depois da fuga dele. Rir de forma nervosa depois da contratação do mestre Giva, antevendo a fase ruim que passaríamos. O desapontamento após ADAP e Volta Redonda - dois vexames na mesma semana. A campanha irregular no Brasileiro, com vitórias surpreendentes e derrotas decepcionantes. Mas sempre acompanhando, e torcendo, e gritando. Entretanto, a última impressão de 2006 foi a que ficou: o ano em que a torcida se dividiu.

Contra o Paraná Clube, o ato impensado de dois torcedores, causando prejuízos financeiros e técnicos ao clube, e à torcida - ainda que o jogo contra o Figueirense não tenha mais nenhum atrativo diferente, a torcida iria acompanhar, e o clube iria ganhar com isso. Agora teremos de aguentar uma partida na Vila Capanema, por conta disso. Mas nem de longe é a pior parte da história.

Esta última quarta, dia 15 de novembro, marcou um momento negro na história da torcida do Atlético: o momento em que a torcida organizada perdeu o respeito por parte de todos os outros torcedores. O espancamento covarde, por parte de um grupo pertencente à facção, a um torcedor da curva, foi a gota d'água para muitos, que já andavam desgastados com a organizada. Este fato pode causar uma série de consequência, por conta de impulsividade, de ignorância: o clube poderá banir a torcida dos jogos. Caso este episódio caia no Ministério Público, poderemos ter a repetição do que aconteceu em São Paulo, com a extinção das organizadas - ou esperarão a morte de algum torcedor para isso?

É uma lástima: a torcida demorou anos para conseguir abrir um canal de diálogo com a diretoria, para recuperar o direito de levar a bateria, os sinalizadores, para fazerem a festa dentro de campo, com as bandeiras. E nesta quarta, tudo foi jogado fora, de forma bisonha e leviana. Agora, qualquer movimento para recuperação dos seus direitos dificilmente encontrará eco entre os outros torcedores - como aconteceu no caso "libera a bateria". Para quem não lembra, todos os setores da torcida apoiaram a volta da bateria, pois conhecem o valor das organizadas para o clube, e o seu apoio. Agora, há um dilema: o que vale mais, o apoio ao clube ou a manutenção da integridade física?

Colocam a culpa nos preços de ingresso, na setorização. Isto é pura balela - não há nenhum estádio hoje em dia sem setorização, e os preços não estão distantes aos cobrados aqui. No Estádio Olímpico, por exemplo, o Grêmio cobra um ingresso mínimo de 20 reais, e o estádio é bastante setorizado. Nem por isso vemos torcedores espancando companheiros de torcida, pelo simples motivo deste torcer de maneira diferente. Que se tomem as medidas cabíveis, que se punam os agressores. O maior mal já está feito: a torcida está morrendo. Por intolerância e desânimo. Por medo. Triste ver que aquela torcida que me conquistou, dentro de um Couto Pereira lotado, no começo da década de 1990, está se tornando um grupo intolerante, agressor.

Falando um pouco de futebol - Sugestões para 2007

Costumo assistir a todos os jogos possíveis pela Copa Sul-Americana. Um jogador me chamou bastante a atenção - um meia de 20 anos, do Colo Colo, Fernández. O camisa 14, nos cinco jogos que assisti dos chilenos, jogou muita bola, demonstrou ser bastante hábil e bom finalizador - é o vice-artilheiro da competição, atrás do seu companheiro de time, o atacante Suazo.

Como o Atlético, através do Borba Filho, tem o costume de observar jogadores de mercados menores da América do Sul, seria uma humilde sugestão deste que escreve aqui.


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