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Sérgio Tavares Filho
Sérgio Juarez Tavares Filho, 45 anos, é jornalista e morou até os 12 anos em Matinhos, litoral do Paraná. Acompanha o Atlético desde que nasceu e vive numa famÃlia 100% rubro-negra. Até os cachorros se chamam Furacão e Furacão Júnior. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2009.
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Tira a mão da boca, Vadão!
16/11/2006
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"O discurso do Leão é ótimo, mas tem um prazo de validade". A frase foi dita agora há pouco pelo experiente repórter Mauro Naves no excelente Pânico, na Rádio Jovem Pan. Questionado sobre o porquê de haver uma data limite para o falatório, Naves disse que nenhum jogador de futebol aceita tantas regras por muito tempo. "Só deu certo no Santos porque aquela geração estava começando a entrar no mundo do futebol. No Palmeiras foi assim e no Corinthians não vai ser diferente".
Vadão também tem um prazo de validade. Às vezes surta e entra em campo com um time ofensivo, não dá poderes a César, Cristian, Alan Bahia e William e parece ganhar a confiança do torcedor. Mas cada vez que Vadão coloca a mão na boca, fico receoso. O que ele deve pensar tanto?
Alterar o padrão de jogo com a bola rolando não é a especialidade de Oswaldo Alvarez. Excetuando-se a partida contra o Nacional, em Montevidéu, quando foram realizadas três substituições ao mesmo tempo, o bom futebol mostrado na seqüência contra Fortaleza, o mesmo Nacional, Paraná e Vasco não foi resultado de uma mudança drástica do treinador durante o jogo.
Essa incapacidade de "ler" a partida é que irrita. Ver Marcelo Silva e Válber fora do banco de reservas também. O primeiro, mesmo com um sol de 14h30, é melhor do que os dois volantes que jogaram ontem. Válber é melhor que William, que é pior que Cristian, que acha que não é pior do que ninguém. Algo parecido com o que aprendemos na escola, com a lições de Drummond.
Ainda dá para se classificar para as finais da Copa Sul-Americana. O que o Atlético precisa, através do seu treinador, é mudar o discurso. Falar que o time jogou bem, que o empate seria um bom resultado, que o ataque tentou mas não conseguiu são conversas jogadas ao vento. Se Vadão quiser prolongar a sua estada em Curitiba, não seguir o exemplo de Leão na validade do bate-papo com os jogadores, precisa começar a pensar. Só fazer cara de quem tem conteúdo, com a mão na boca, e não fazer nada, é irritante.
Chama a polÃcia que o terror chegou
Sempre fui um admirador das nossas torcidas organizadas. Quando era criança e ia ao Pinheirão, procurava um lugar próximo da bateria para ver os jogos. Anos mais tarde, com a mudança para a Baixada, ficava próximo ao placar do Café Damasco, entre a Ultras e Os Fanáticos.
Hoje, com 27 anos, ainda gosto de ver o belÃssimo espetáculo que eles nos proporcionam nas arquibancadas. O que parece, no entanto, é que a mentalidade de alguns torcedores ainda esteja no gélido Pinheirão da década de 80.
E isso, infelizmente, não é culpa do Atlético, da Ultras ou d’Os Fanáticos. Um paÃs onde o terrorismo é praticado por indivÃduos que já estão presos, não pode ser levado muito a sério. Criam-se novas regras na sociedade, mas sempre vai existir alguém a ser corrompido.
A realidade é cruel. Nas arquibancadas de estádios de futebol, no trânsito, nas grandes cidades e até na internet. Dá medo só de sair de casa. Bandido e marginal tem em todo o lugar, até naqueles em que a gente considera o nosso segundo lar.
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