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Jones Rossi
Jones Rossi, 46 anos, é repórter do Jornal da Tarde, em São Paulo, e um dos fundadores do blog De Primeira. Foi colunista da Furacao.com entre 2005 e 2008.
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As organizadas têm que acabar
16/11/2006
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Após a derrota para o Pachuca, setores da torcida atleticana brigaram. Vejam bem, é atleticano contra atleticano. Ou melhor, são torcedores da organizada contra atleticanos. São os de sempre, os violentos, os fascistas das organizadas. Gente que não suporta a diferença. Antes brigavam contra os que preferiam torcer para outros times, agora atacam quem ousa torcer de maneira diferente.
A Gazeta do Povo citou em matéria publicada hoje uma suposta “divisão de classes”, baseada no valor do ingresso. Não é nada disso. Os membros da organizada não são pobres. Posam de maloqueiros, mas são filhos de classe média alta, criados sem freios e sem limites. Em outras palavras, são playboys mimados.
Estudam em colégios caros, o que é um tremendo desperdício de dinheiro. Seu pensamento não possui sofisticação, seu mundo é preto ou branco, Coxa ou Atlético, curva Buenos Aires ou reta da Getúlio. Não admitem divergências, não gostam da democracia, se vendem por poucos (?) dinheiros aos ratos.
Não é só a Fanáticos, é claro. A Ultras é dirigida por alguém que se acha dono da Baixada. Já me mandou e-mail proibindo minha entrada na Arena, em termos chulos que condizem com sua mentalidade tacanha. Escreveu, no tal e-mail, você com cedilha. E ainda disse que fez faculdade, o que depõe contra todo o sistema educacional brasileiro. Como resposta, comprei um pacote para a temporada e fui assistir os jogos como sempre fiz, desde muito antes de Gabriel aprender a soletrar palavras com mais de duas sílabas.
Nem vou falar aqui das outras torcidas que são aberrações, como a Império. Por incrível que pareça, a represália que torcedores coxas sofreram ao questionar a torcida alviverde foi seguida à risca pela Fanáticos. Qual será o próximo passo? Ir ao aeroporto espancar jogadores?
A organizada já nos custou um mando de campo que pode ser importante, contra o Figueirense. Agora nos joga em uma briga fratricida que nem nos tempos mais negros de segunda divisão vislumbramos. O pior é que não há para quem apelar. Da nossa polícia que rouba rádios e prende jornalistas não dá para esperar nada, quanto mais do Ministério Público, que tem entre seus promotores gente que acha que o trabalho social da Império redime sua violência e é “um belo exemplo” para as outras torcidas. Na terra das organizadas, salve-se quem puder.
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