|
|
Rogério Andrade
Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.
|
|
Conhecemos teu valor
14/11/2006
|
|
|
Eu sou mesmo um cara privilegiado. Sim, eu sou! Tenho o privilégio de preencher este espaço e ajudar o meu Atlético com palavras que precisam ser ditas neste momento. Ontem eu já havia dito: “tá na hora.” Hora de apoiar o Furacão, de reencontrar o otimismo, seja em casa, no trabalho, na Baixada, acompanhando as notícias que antecedem ao jogo, ou seja em qualquer lugar deste universo. Eu tenho uma obrigação, um compromisso com o Atlético. E vou cumprir, pois o Atlético foi uma das fontes que mais emoções me proporcionou nesta minha história de vida.
Que se dane os péssimos momentos deste ano sofrível, que se dane a falta de planejamento, as promessas todas furadas, a eliminação precoce no mísero campeonato paranaense, a eliminação humilhante e ridícula na Copa do Brasil, o fracasso no campeonato brasileiro e a dureza da recuperação. Eu sou atleticano, e não vou entrar no próximo ano como um torcedor de segunda divisão. Isso não é pra mim. Que se dane também quem pensar diferente. Eu sou da Baixada, ali eu nasci, fui praticamente criado nos braços de uma nação apaixonada, brilhante, única. Uma nação que já levou muita porrada nessa vida, mas que também já levou a graça e o brilho nos olhos por inúmeras vezes.
O Atlético para mim, é assim! Já comemorei títulos na casa verde, e nunca me envergonhei por isso. Já cheguei em casa totalmente “lavado” das lamas do Pinheirão, já fiquei preso na porta do Interbairros em pleno bairro do Tarumã com uma multidão de loucos querendo tombar o ônibus. Já viajei, já chorei de raiva, de emoção, de ódio, de alegria por ver o meu Atlético brilhar. Já me dei por feliz da vida quando conquistei um título paranaense. E quem conhece aquele Atlético dos anos 70 ou 80? Quem lembra do Furacão da segunda divisão? Quem um dia imaginou que um dia pudéssemos ser finalistas do campeonato brasileiro? E da primeiríssima divisão? Isso já era um baita sonho. E fomos campeões do Brasil! Que beleza, hoje não preciso me preocupar com distância, com lama e nem com a chuva. A minha Baixada é muito mais linda e o meu Atlético é muito mais fantástico. E se tivesse que passar por todo o sofrimento de novo, eu faria tudo outra vez. Não tenham dúvida disso, mas graças a Deus, não preciso mais sentir na pele a dor de um torcedor que não sabe sequer o que será do seu futuro. Eu sei, e sei muito bem.
E hoje? Me perguntem! E hoje, onde está o Atlético? Às vezes, muitas vezes, eu nem acredito, como não acreditei no ano passado quando o meu time por pouco não foi campeão da Libertadores da América. Meu Deus, que felicidade! Aquele jogo contra o Cerro Porteño, aqui na Baixada, me fez acordar, colocar os pés no chão, e perceber que todos os meus esforços não foram em vão. Nem os meus, nem os de milhares de atleticanos que jogam suas almas ao gramado quando gritam “A....TLÉ....TICO”
Amanhã será mais um dia de luta. O Atlético dará um importante passo rumo ao título da Sulamericana. Isso mesmo, agora nós pensamos assim, grande, como é o Atlético. Será um dia difícil, duro, amargo, tenso. Pior do que o dia de amanhã, só a noite de hoje. Vamos travar uma das nossas maiores batalhas, e o Atlético precisa deste povo unido, desta gente maluca pelo Furacão, desta nação enlouquecida que ajudará a fazer do Atlético, a partir de amanhã, o finalista da Sulamericana. Que os nossos esforços se multipliquem, que os jogadores olhem para o próprio peito e percebam o tamanho do escudo que defendem. Que brilhem, que briguem, que suem, que se superem pelo Atlético e pelo nosso país, e que vençam. A torcida do Atlético merece.
Os homens não falham, eles desistem de tentar.
|
Este artigo reflete as opiniões do autor, e não dos integrantes do site Furacao.com. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.