Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Arroz e feijão

10/11/2006


Essa dupla, mais um bife, batata frita e macarrão. O básico do brasileiro médio é uma aula de nutrição. Se acompanhado de umas duas folhinhas de alface e metade de um tomate então, fica praticamente perfeito! Carboidratos, fibras, proteínas, ta tudo aí. A simplicidade é uma bênção.

Pensei nisso ao sair do jogo e escutar vários comentários (e concordar) que parece que o “encanto” acabou. Fomos facilmente marcados pelos nossos dois últimos adversários, fomos pegos numa teia que não conseguimos nos desvencilhar, enfim, nos tornamos presas fáceis contra adversários fáceis. Muitos questionam a capacidade do nosso treinador em criar variações táticas, em mudar a maneira do time jogar e principalmente a obviedade das substituições.

Mas lembro o seguinte. Antes reclamávamos que acontecesse o que acontecesse, Vadão não mexia no time. Hoje, ao menos ele tenta. Reclamávamos da falta de um padrão de jogo, e hoje, mesmo com as derrotas, o time tem uma cara. Há pouco mais de dois meses, nossa única luta era para não cair, e Oswaldo Alvarez veio com a missão espinhosa de nos tirar das últimas colocações e assim o fez.

Repensei e concordo: não tem que inventar nada mesmo. Novamente me rendo ao comando técnico e percebo, e critico isso desde o começo do ano, que este time está longe do que projetamos para 2006, o “ano do futebol” segundo palavras dos dirigentes, desde dezembro de 2005. Sendo bastante franco amigos, tivemos espasmos de bons momentos, do bom e velho Furacão somente no décimo mês do ano, após decepções e mais decepções, a lembrar as eliminações precoces e em casa para Adap e Volta Redonda, os quase dois meses sem vencer em casa, a sacola histórica que levamos no Botafogo em plena Baixada e a patuscada do alemão tarado.

Seria exigir demais deste singelo, porém honrado e hoje cansado elenco. O que vier na Sul Americana, já é lucro, tanto técnico como financeiro. No Brasileiro, uma posição um pouco mais nobre não faria mal algum, mas evitamos o rebaixamento. Que o Atlético inicie o ano, depois de anos e anos de tentativas frustradas, com um treinador de verdade.

E que a Diretoria pense no seguinte. Somos “convidados” a pagar o ingresso mais caro do Brasil pela infraestrutura, pela comodidade e segurança da Arena e isso tudo tem um preço. Se o Atlético realmente quer figurar entre os grandes, se quer disputar títulos e buscar vitórias também dentro de campo, saiba que isso tem um preço. Jogadores e um treinador de maior qualidade são caros e o Atlético tem que começar a cobrar essa fatura.

Assim como o faz do seu torcedor.


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