1958 - O fim do primeiro jejum

Regularidade. Essa foi a principal arma do Atlético para levantar o caneco do Campeonato Paranaense de 58, numa competição disputada por pontos corridos. Em vinte jogos, foram quatorze vitórias, dois empates e quatro derrotas, com aproveitamento de 75%. A equipe balançou as redes adversárias cinqüenta vezes, o melhor ataque da competição, e levou trinta gols. Jandir foi o principal artilheiro atleticano, com onze gols.

O Atlético começou o campeonato arrasando, com boas vitórias sobre o Bloco Morguenau (3 a 1), Guarani (4 a 2), Caramuru (3 a 0) e Ferroviário (4 a 2). As goleadas sobre o Rio Branco (6 a 4) e, principalmente, sobre o Coritiba (5 a 1) mostravam que o time estava no caminho certo.

Só depois de oito anos o Atlético voltou a ser campeão paranaense.

No segundo turno, o mesmo embalo assegurou a ponta da competição. Nem a série de duas derrotas consecutivas, para Ferroviário e Água Verde, tiraram o primeiro lugar do rubro-negro. Porém, depois da derrota de virada por 4 a 1 para o Água Verde, a diretoria decidiu mudar o comando técnico. O treinador Joaquim Loureiro foi afastado e formou-se uma comissão, com a supervisão de Jackson Nascimento e Alfredo Gottardi, o Caju.

Eles entraram e apostaram na força ofensiva. A vitória por 4 a 1 sobre o Morguenau mostrou que o Atlético, mais do que nunca, estava no caminho do título. A essa altura, o adversário que mais ameaçava era o Operário, mas as combinações de resultados davam uma boa margem de distância na liderança do certame.

No dia 12 de outubro, pela 18ª rodada, o encontro era entre Atlético e Coritiba. Um Atletiba como sabor diferente, pois era no dia do aniversário do rival, num jogo que marcou a inauguração da primeira parte das obras no estádio Belfort Duarte. A manchete do Paraná Esportivo resumiu o que foi a partida: ‘Furacão foi a vedete da festa dos coxas' (13/10/1958). A vitória inquestionável por 3 a 1 colocou o Atlético como virtual campeão da temporada, pois bastava um empate nos próximos dois jogos para assegurar o primeiro lugar.

Desceu a Serra para ser campeão

No dia 26 de outubro o Atlético partiu para o litoral para enfrentar o Rio Branco. O rubro-negro iniciou a partida arrasando e logo aos dois minutos, Tocafundo abriu o marcador, numa bela cobrança de falta. Melhor em campo, o time não encontrou dificuldades para fazer o segundo, com Odilon, aos 25 minutos.

No segundo tempo, o Rio Branco tentou uma reação, com Celso. Mas o gol, ao invés de motivar o adversário, serviu para alertar o Atlético. Aos 22, Taíco fez o terceiro. Sete minutos depois, Gaivota marcou um golaço: depois da cobrança do escanteio ele rebateu a bola, de voleio: 4 a 1. Aos 41, Celso, em completo impedimento, descontou para os donos da casa. Ele ainda fez o terceiro, de pênalti. Mas não dava tempo para uma reação. A vitória, ou melhor, o título de Campeão Paranaense voltou a morar na Baixada.

Ainda restou mais um jogo, contra o Caramuru. Nem a derrota por 2 a 0 apagou o brilho da conquista atleticana. Por isso, 1958 foi considerado o ano da recuperação e do renascimento das cores Rubro-negras.

Final - Paranaense - (26/10/1958) - Rio Branco 3 x 4 Atlético
L:
Nelson Medrado Dias (Paranaguá); A: Bela Rosenfeld; G: Tocafundo, Odilon, Taíco, Gaivota e Celso (3).

RIO BRANCO: Adalberto; Bidu e Alcione; Cale, Dimas e Vilanueva; Babá, Odair, Celso, Dicesar e Ari.
ATLÉTICO: William; Damião e Araújo; Belfare, Tocafundo e Sano; Agostinho, Odilon, Taíco, Gaivota e Péricles.

A Campanha

20 jogos: 14 vitórias / 2 empates / 4 derrotas / 50 GP

Turno
Morguenau 1 x 3 Atlético
Britânia 0 x 1 Atlético
Atlético 4 x 2 Guarani
Operário 1 x 1 Atlético
Caramuru 0 x 3 Atlético
Atlético 4 x 2 Ferroviário
Palestra 1 x 0 Atlético
Água Verde 0 x 0 Atlético
Atlético 6 x 4 Rio Branco
Atlético 5 x 1 Coritiba

Returno
Atlético 2 x 1 Operário
Atlético 2 x 1 Palestra
Guarani 1 x 2 Atlético
Ferroviário 2 x 1 Atlético
Atlético 1 x 4 Água Verde
Atlético 4 x 1 Morguenau
Atlético 4 x 2 Britânia
Coritiba 1 x 3 Atlético
Rio Branco 3 x 4 Atlético
Atlético 0 x 2 Caramuru

Artilheiros:
Jandir – 11 gols
Taíco – 10 gols
Odilon – 6 gols
Gaivota – 5 gols
Tocafundo – 4 gols
Sano – 3 gols
Péricles – 3 gols
Acyr – 2 gols
Izabelino – 2 gols
Boluco – 1 gol
Geraldino – 1 gol

Personagens

Jackson Nascimento e Alfredo Gottardi: integrantes do melhor time da história do Atlético, o do Furacão de 49, os "doutores em futebol" Jackson Nascimento e Caju assumiram o comando técnico do time na 16ª rodada com a missão de garantir o título para o rubro-negro. Apostando num futebol ofensivo, a equipe engrenou e garantiu a conquista da taça.

Taíco: por um gol ele não foi o artilheiro do time – marcou dez, contra onze de Jandir. Porém, conseguiu balançar as redes em partidas decisivas e se transformou num dos heróis da conquista atleticana.