Mário Celso Petraglia foi um dos presidentes mais importantes da história do Atlético, senão o mais importante. Assumiu a gestão do clube em 1995 e em menos de dez anos obteve os seguintes feitos: construção da Arena da Baixada e do CT do Caju, títulos brasileiros das Séries A e B, quatro títulos estaduais e classificação do Atlético para duas Libertadores.
Filho dos uruguaios José Benito e Maria Etlin, Mário Celso nasceu em Cruzeiro do Sul (RS), a 11.02.1944. Mudou-se com a família para Curitiba ainda na infância e não deixou mais a cidade. Formou-se em Direito pela Faculdade de Direito de Curitiba e iniciou sua carreira como gerente administrativo e financeiro da Enco, em 1961. Assumiu a posição de diretor financeiro da Inebrasa em 1973, e sete anos depois tornou-se vice-presidente da Inepar, em 1980, ocupando este cargo por vinte anos. Atualmente é membro do Conselho de Administração da Inepar, posto ocupado há 24 anos.
Atleticano de pular as cercas da Baixada para ver os jogos do time, Petraglia tornou-se diretor do clube em 1984, a convite de Valmor Zimermann, integrante da Retaguarda Atleticana. Durante dez anos, pouco apareceu para a grande nação atleticana. Porém, tornou-se figura pública em 1995, após uma humilhante derrota por 5 a 1 para o rival Coritiba. Após uma grande revolução na cúpula atleticana, Petraglia assumiu a presidência antes ocupada por Hussein Zraik. O Atlético, na época, padecia de uma crise técnica e econômica muito grave, e este quadro precisava ser mudado.
A grande contribuição de Petraglia para o Atlético foi a adoção de uma política de gerenciamento do clube como uma empresa: corte de gastos desnecessários, e investimentos, visando a lucros e êxitos financeiros e técnicos. E esta política atingiu estes objetivos: de um clube combalido, de segunda divisão, o Atlético passou a figurar entre os melhores clubes do Brasil.
Na gestão de Petraglia, o Atlético iniciou um de seus projetos mais ousados em seus 75 anos de história: o acanhado Estádio Joaquim Américo foi demolido, para em seu lugar ser construído o estádio mais moderno do Brasil. Quando da demolição da antiga Baixada, uma grande jogada de marketing: os compradores de ingressos para os jogos finais no estádio ganhavam pedaços de concreto e tijolos do estádio, para guardar como recordação. O marketing, aliás, foi a marca registrada da gestão Petraglia no Atlético.
Ações como a construção do novo estádio, a instituição de pacotes de ingressos para uma competição inteira e a divulgação do Atlético para o Paraná e o Brasil, trouxeram benefícios para o clube: graças a este crescimento, hoje o Atlético é um clube fixo na primeira divisão, considerado pelo Brasil inteiro como um exemplo de administração.
Alguns poréns aconteceram: em 1997, um escândalo envolvendo Petraglia e o então diretor de arbitragem da CBF, Ivens Mendes, quase derrubou o crescimento atleticano. Ele e o Atlético foram punidos pelo STJD e Ademir Adur assumiu a presidência.
Mas a diretoria atleticana, em conjunto com setores da imprensa, da torcida e da população, conseguiu mover uma campanha contra a perseguição do STJD. A revolta e a defesa apresentada pelo Atlético surtiram efeito: a punição a Petraglia foi minorada, e o Atlético teve sua punição revertida para perda de pontos no Brasileiro de 1997.
Para o torcedor, porém, a evolução do clube dentro de campo foi acompanhada por uma conseqüência: a majoração dos ingressos, visando a tentativa de ampliar a participação das rendas dentro das receitas do clube. A Arena da Baixada, inaugurada em 1999, apresentou preços a 15 reais, então uma novidade entre os clubes brasileiros.
No aspecto técnico, o Atlético da era Petraglia mostrou resultados nunca antes mostrados pelo clube: em 1996, ano do retorno ao Brasileiro, a equipe acabou com a quarta melhor campanha no Brasileiro, atingindo as quartas-de-final. Em 1999, após conquistar o título da Seletiva da Libertadores, o Atlético conseguiu uma vaga na Libertadores da América.
Após sua gestão como presidente, Petraglia assumiu a diretoria de marketing do clube, durante os mandatos de Nelson Fanaya, Ademir Adur e Marcus Coelho. Voltou à presidência do clube em 2002, após o movimento "Fica Petraglia", organizado por setores da torcida. Durante os anos de 2004 e 2008, exerceu o cargo de presidente do Conselho Deliberativo. |