O advogado Jofre Cabral e Silva foi sem dúvida um dos maiores dirigentes que já passou pelo Atlético. Esteve sempre ligado do clube. Jogou nas categorias de base do clube, trabalhou como advogado para o rubro-negro, e era filho do ex-presidente João Alfredo. Também foi presidente do Clube Curitibano e do Santa Mônica Clube de Campo, o que lhe dava bastante poder e status na sociedade paranaense.
Assumiu em dezembro de 67 e salvou o Atlético da vergonhosa queda para a segunda divisão do Campeonato Paranaense. Rasgou o regulamento da competição diante das câmeras de TV e do presidente de Federação Paranaense de Futebol, José Milani. Mexeu com a opinião pública paranaense deixando-a a favor do rubro-negro, mobilizou políticos e membros importantes da comunidade curitibana e não deixou o Atlético cair. Em seguida, para provar que o Furacão merecia permanecer na primeira divisão, revolucionou o futebol paranaense com grandes contratações – como Nilson Borges, Djalma Santos, Sicupira e Bellini – e devolveu o orgulho ao torcedor atleticano.
Foi ele quem deu o apelido de “coxa-branca” ao Coritiba. Durante um Atletiba na década de 30, Jofre se irritou e soltou o grito de “coxa-branca” para um atleta de origem germânica. Isso não agradou os jogadores e nem a todos ligados ao rival no início, mas com passar do tempo eles acabaram incorporando o termo ao clube. No entanto, a torcida atleticana ainda utiliza o apelido “coxa” em tom pejorativo.
Só não fez mais pelo Atlético porque o destino não o deixou. Em 2 de junho de 1968, Jofre sofreu um ataque cardíaco e morreu no Estádio VGD, em Londrina, enquanto o rubro-negro enfrentava o extinto Paraná. Seu velório foi realizado no antigo ginásio da Baixada, com milhares de atleticanos dando o seu adeus. Porém, nenhum torcedor esquece o dirigente, que acabou imortalizando sua célebre frase: Não deixem – nunca – morrer o meu Atlético! |