João Alfredo Silva foi um dos presidentes mais importantes da história do clube. Visionário, fez o possível para aumentar o patrimônio do Atlético e para consolidar a agremiação esportiva como um dos maiores clubes do estado. Porém, não descuidou do time de futebol, contratando craques que viriam a formar o Furacão de 1949.
Sob sua gestão, o Atlético não conquistou nenhum título, mas armou a estrutura para a fantástica campanha de 1949, ano imediatamente posterior ao seu mandato. Administrou o Atlético com a presença constante de seu filho, Jofre Cabral e Silva, que anos depois também se tornaria presidente.
João Alfredo Silva nasceu em 6 de maio de 1988 na cidade de Alagoas (atualmente Marechal Deodoro, em homenagem ao seu filho mais ilustre), no estado de Alagoas. Era filho de Francisco Manoel da Silva e Antônia Plácido da Silva. Casou-se em 1912 com Isaura Cordeiro Cabral, com quem teve quatro filhos: Jofre, Ilva, Ilza e Ilna. Mudou-se para Curitiba e rapidamente adaptou-se à sociedade local. Aqui, tornou-se curitibano por adoção e atleticano de coração.
Iniciou sua carreira profissional como funcionário dos Correios e Telégrafos. Depois, juntamente com seu irmão mais novo Oscar Joseph de Plácido e Silva, passou a se destacar nos mais diversos ramos de atividade. Em 1924, poucos meses depois da fundação do Atlético, os irmãos Silva participaram da fundação de outra instituição paranaense histórica: a Rádio Clube Paranaense. A PRB-2 foi a primeira rádio do estado e João Alfredo Silva foi o secretário da primeira diretoria. Por sinal, a idéia de fundar a rádio surgiu em sua casa, em uma das muitas reuniões entre seus amigos.
Foi também fundador da Escola Prática de Comércio Avalfred em 1920, que depois mudou de nome para Escola Técnica de Comércio De Plácido e Silva. Sua atuação em outras áreas nunca esteve dissociada do Atlético. Na Escola De Plácido e Silva, por exemplo, percebeu que um aluno se destaca como jogador de futebol. Convidou-o para jogar no Atlético. Era Nilo Biazetto, que foi campeão paranaense em 1943, 45 e 49.
Em 1928, formou-se em Medicina pela Universidade Federal do Paraná, com 40 anos. Logo depois de formado, foi morar em Rio Negro. Retornou a Curitiba e foi diretor de diversos hospitais na cidade, com destacada atuação comunitária, beneficente e social.
Chegou à presidência do Atlético com quase 60 anos. Logo em seu primeiro ano, projetou a construção de um ginásio no terreno da Baixada. O sonho só foi concretizado em 1956, na gestão de Abílio Ribeiro, mas o idealizador não foi esquecido: o local foi batizado de “Ginásio de Esportes João Alfredo Silva”.
Além das contratações de jogadores profissionais, como Wilson, Waldir e Sanguinetti, foi responsável também por trazer para o Atlético o técnico Motorzinho, ex-ídolo do Internacional. Sob o comando de Motorzinho é que o Atlético se tornou o Furacão em 1949.
Deixou a presidência do clube, mas nunca abandonou o Atlético. Ao lado do filho Jofre, esteve sempre acompanhando de perto o rubro-negro. Morreu em Curitiba a 23 de outubro de 1965, um sábado, véspera de Atletiba. No dia seguinte, o Atlético venceu por 3 a 0. Um justa homenagem ao grande presidente. |