"Sou católico, apostólico e atleticano". A frase, que sintetiza a paixão dos torcedores do Atlético pelo clube, foi cunhada por José Carlos Farinhaque, presidente do clube de 1990 à 1993. Mas a história dele com o clube nasceu anos antes, quando decidiu se filiar ao Esquadrão da Torcida Atleticana. Depois, passou a integrar o movimento conhecido como Retaguarda Atleticana, liderado por Valmor Zimermann. Em 1976, diante da força da Retaguarda – maior, até, que o próprio quadro associativo do clube –, o então presidente Aníbal Khury decidiu levar esse grupo para dentro do Atlético. Nascia aí o dirigente Farinhaque.
José Carlos Farinhaque nasceu a 04.04.1946 e dedicou quase duas décadas de sua via ao Atlético. Em 1976, assumiu o Departamento Amador, ajudando o rubro-negro a conquistar títulos no aspirantes depois de anos de jejum. Em seguida, acumulou outros cargos, como supervisor e diretor de futebol.
Em 1990, foi eleito presidente do Atlético. O candidato à sucessão de Valmor Zimermann era Ítalo Conti Júnior, que acabou desistindo semanas antes da eleição. Na ausência da inscrição de chapas, Farinhaque se lançou à presidência. Ele foi o primeiro presidente do clube de origem mais humilde e não dotado de excelente condição financeira. Mesmo assim, conseguiu enfrentar dificuldades e obter bons resultados no futebol.
Porém, o grande mérito da "Era Farinhaque" foi o início da campanha para retornar ao Estádio Joaquim Américo. Ele aceitou o apelo da torcida e iniciou um movimento de abandono ao Pinheirão e retorno à Baixada, ao lado de figuras como Valmor Zimermann, Mario Celso Petraglia, Osni Pacheco, João Augusto Fleury da Rocha, Marcus Coelho e Enio Fornea Jr.
Outro feito de Farinhaque foi ter conseguido bancar o clube sem ter dinheiro em caixa. Como toda verba arrecada era investida nas obras do Joaquim Américo, a estratégia utilizada foi de comprar e vender jogadores. Mesmo assim, o time conseguiu cumprir os objetivos propostos, sendo campeão paranaense em 1990 e, no mesmo ano, retornando à primeira divisão do futebol brasileiro.
Farinhaque ainda voltou a fazer parte da grande "revolução" que sofreu o Atlético em 1995, comandada por Mário Celso Petraglia. Integrou o Conselho de Gestão ao lado de Ademir Adur, Enio Fornea Jr., Heliomar Ribeiro, José Henrique de Faria, João Augusto Fleury da Rocha, Ademir Gonçalves, Edilson Thiele e José Hélio Drabeski. Na diretoria de futebo, ajudou a montar o time campeão brasileiro da Série B, fazendo, novamente, o Atlético a voltar para a elite do futebol nacional.
Atualmente, dedica-se ao comércio, mas mesmo assim não abandona sua maior paixão, o Atlético. E o maior orgulho do dirigente que saiu das arquibancadas do velho Joaquim Américo é justamente a legião fanática que acompanha o clube em todos os momentos. |