Carlos Zehnpfennig

Nome:

 

Carlos Zehnpfennig.

Gestão:   1960 e 61.
Resumo:  
Num gesto de amor ao clube, utilizou dinheiro do hospital São Vicente para contratar jogadores e pagar seus salários. O fato acabou sendo descoberto e, devido aos problemas, Carlos renunciou para que Laurival Camargo de Mello, presidente em 1954 e 1955, Sylseu Pereira Alves e Erasmo Mäder assumissem o comando do Atlético num triunvirato de acomodação. Foi preciso até a penhorara de sua casa para honrar as dívidas com o hospital.

O belga Carlos Zehnpfennig (significa dez centavos em alemão) nasceu em 2 de junho de 1910, na cidade de Antuérpia. Veio ao Brasil, primeiro para Ponta Grossa, depois Antonina e finalmente Curitiba. Era industrial, trabalhava na loja Loitener, no centro da cidade. Posteriormente virou diretor do hospital São Vicente. Além do Atlético, também presidiu a Federação Paranaense de Vôlei e a de Futsal.

Virou torcedor do rubro-negro devido a uma aposta com um amigo atleticano. Ele jogava e torcia para o Guarani de Ponta Grossa, mas num confronto com o Atlético, os dois apostaram que quem perdesse teria de torcer para o time vencedor. Para nossa sorte, o Furacão venceu e Carlos tornou-se um dos maiores atleticanos da história.

Deu a sua vida pelo clube, investindo bastante dinheiro particular. Montou uma equipe com atletas razoáveis, que recebiam pouco, ao contrário do rival Coritiba. Num Atletiba na Baixada, com gol de Tocafundo, o Furacão venceu por 4 a 2 e o presidente entrou em êxtase gritando para todos os lados: “A vitória do tostão contra o milhão!”, referindo-se à diferença salarial. Foi nesta partida, também, que Carlos sugeriu que os jogadores colocassem um galho de arruda na ponta da chuteira e algodão nos ouvidos para não ouvir as vaias da torcida.

Num gesto de amor ao clube, utilizou dinheiro do hospital São Vicente para contratar jogadores e pagar seus salários. O fato acabou sendo descoberto e, devido aos problemas, Carlos renunciou para que Laurival Camargo de Mello, presidente em 1954 e 1955, Sylseu Pereira Alves e Erasmo Mäder assumissem o comando do Atlético num triunvirato de acomodação. Foi preciso até a penhorara de sua casa para honrar as dívidas com o hospital.

Durante a partida entre Atlético e Joinville no Campeonato Brasileiro de 1983, o ex-presidente estava no hospital acompanhado de seu neto, João Carlos. Num determinado momento Carlos perguntou quanto estava o jogo e João respondeu que o Joinville estava vencendo por 2 a 0. Tomado pela emoção, Carlos dormiu e entrou em coma. Coincidência ou não, o Atlético virou e ganhou por 3 a 2, fazendo uma excelente campanha na competição. Pouco tempo depois, em 22 de março, Carlos Zehnpfennig faleceu.