Depois da geração fantástica de Roberto, Capitão, Nivaldo, Washington e Assis, o Atlético viveu um período de vácuo de grandes craques. O time contou com jogadores que se tornaram ídolos, como o goleiro Marolla e com outros bons jogadores, como Renato Sá. Mas não houve ninguém tão fantástico a ponto de levantar a massa rubro-negra com jogadas empolgantes.
Esse período acabou em 1987, quando o ponta-direita Carlinhos foi contratado pelo Furacão. Trazia no currículo passagens pelo Cruzeiro e pelo Flamengo, mas ainda não havia emplacado definitivamente no futebol brasileiro. Foi em Curitiba e no Atlético que ele ganhou a chance que precisava para brilhar. Sua história não é muito diferente da de vários outros que percorreram trajetória semelhante. Alex Mineiro é o exemplo mais famoso: veio do Cruzeiro com 20 e poucos anos, com boas qualidades, mas só se tornou excepcional com a camisa rubro-negra.
Em 1988, Carlinhos viveu seu grande momento de glória. Foi campeão paranaense na condição de principal craque do time. Passou por momentos terríveis, mas venceu. No primeiro jogo da final, Atlético e Pinheiros empataram por 1 a 1. O equilíbrio se repetiu no segundo jogo, que estava empatado sem gols até os 44 minutos do segundo tempo, quando o Atlético teve um pênalti a seu favor. Carlinhos, o dono do time, foi para a cobrança. Mas perdeu. Para desespero dos atleticanos, o título parecia ter ido por água abaixo. O craque não aguentou. Desabou em lágrimas, a ponto de ter precisado da ajuda dos companheiros para chegar ao vestiário. Mas Carlinhos provou sua condição de ídolo e jogou maravilhosamente bem no terceiro e último jogo da decisão, vencido pelo Furacão por 1 a 0.
Depois do título, foi negociado com o Santos, mas voltou em 1990. Rápido e driblador, Carlinhos Sabiá, como ficou conhecido, ajudou novamente o rubro-negro a conquistar um título. E novamente foi embora. Desta vez, para o Paraná Clube, um time recém-fundado e pelo qual Carlinhos também brilhou. Mas foi um amor de verão.
A verdadeira paixão de Carlinhos era a camisa rubro-negra. Disputou o Campeonato Paranaense de 1992 pelo Atlético e o Brasileiro pelo Palmeiras, que começava a formar um esquadrão. Em 93, aos 34 anos, voltou mais uma vez para o Atlético, desta vez para encerrar a carreira.
Atualmente, Carlinhos é empresário e mantém contato diário com dirigentes atleticanos.