Adriano é definitivamente um dos jogadores mais vitoriosos da história do Atlético. Mais do que isso, é um ídolo da torcida e seu nome está escrito ao lado dos grandes craques que passaram pelo clube. Ao contrário de muitos outros, Adriano viveu o auge de sua carreira vestindo a camisa do Atlético e com ela foi campeão brasileiro em 2001, além de ter sido convocado para a Seleção Brasileira. Muita coisa para quem chegou ao clube pensando apenas na chance de poder continuar jogando futebol como sustento.
O meia pode ser definido como um autêntico representante do futebol brasileiro. Da mesma estirpe de Garrincha, Adriano é um vencedor. Venceu todas as barreiras possíveis e imagináveis para se tornar um jogador de futebol. Conseguiu, e com méritos.
Ele chegou ao Atlético em 1998. Na época, era uma aposta da diretoria, que havia visto seu futebol apenas através de uma fita de vídeo com seus melhores momentos pelo CSA, de Maceió. As imagens eram animadoras: Adriano aparecia fazendo gol de todos os jeitos. Gol de falta, de cabeça, após driblar o time inteiro, de voleio, de virada, sem querer. Era o que aquele garoto de 21 anos sabia fazer.
Quando ele desembarcou do táxi na Praça Afonso Botelho, em frente à então sede da Engenheiros Rebouças, toda a esperança foi por água abaixo. Como aquele sujeito magrinho, tímido e de andar engraçado podia jogar futebol?
Nos primeiros dias, Adriano só treinou fisicamente. Não se cansava de dar voltas em torno dos gramados do CT do Caju para manter a forma. Sua presença só foi notada pelo técnico Abel Braga quando faltou gente para completar o time de baixo no coletivo. Foi aí que ele se interessou por saber quem era aquele que sempre estava correndo por ali? Adriano entrou para completar o time reserva e arrebentou com o treino. A tal ponto de receber a camisa de titular para o jogo contra o Matsubara, na estréia do Cameponato Paranaense de 1998. Confirmou tudo o que fizera nos treinos e não deixou mais o time. Foi um dos principais responsáveis pelo título do Campeonato Paranaense de 98, encerrando um jejum de oito anos.
Depois, Adriano ajudou o rubro-negro financeiramente. A venda de 50% de seu passe para o Olympique de Marselha representou uma importante contribuição para o clube fazer seus investimentos e quitar algumas dívidas. Foram poucos meses na Europa e depois o retorno definitivo à Baixada. Em 2001, foi campeão brasileiro depois de ter realizado partidas memoráveis, como a contra o São Paulo, pelas quartas-de-final.
Em 2002, Adriano foi o melhor jogador atleticano no Brasileirão. O único capaz de manter as mesmas boas atuações de 2001 e um incasável lutador, apesar da apatia de alguns de seus companheiros. No ano seguinte, foi novamente a referência da equipe, vestindo com muita seguraça a camisa 8 que um dia foi de Sicupira.
Com um preparo físico impressionante, era capaz de ajudar na marcação e puxar um contra-ataque veloz, que pode ser decisivo para a vitória. O "Gabiru", como é chamado pelos amigos, já entrou definitivamente para o seleto rol dos imortais atleticanos.
Entre 2004 e 2005, Adriano atuou no Cruzeiro. Retornou ao Atlético no início de 2006, mas logo em seguida foi negociado com o Internacional.