Roberto 8,41. Esta foi a média necessária para transformar Roberto Costa Cabral num dos maiores goleiros da história do futebol brasileiro. Foi durante o Campeonato Brasileiro de 1983, quando suas defesas foram fundamentais para a boa campanha do Atlético (o clube terminou na terceira colocação), garantindo, de quebra, os títulos de "melhor goleiro do país" e o de "melhor jogador da competição". Um fato inédito na história atleticana e só repetido 18 anos depois pelo atacante Alex Mineiro, que também recebeu o prêmio "Bola de Ouro" da revista Placar, na campanha vitoriosa de 2001. Mas a história do goleiro no Atlético não começou com essa conquista. Ele desembarcou na Baixada em 1979, com a promessa de ser um dos principais jogadores da posição. Para compensar a baixa estatura (1,85m), sua principal característica era sempre estar muito bem colocado nos lances, o que garantia a confiança do elenco e, principalmente, do torcedor atleticano. Roberto Costa começou a carreira na cidade de Varginha, jogando pelo Flamengo, de Minas Gerais. Antes de chegar ao Atlético, jogou no Santos. Com 24 anos, vestiu a camisa atleticana. E, de cara, identificou-se com torcida. Em sua primeira temporada no clube, teve que amargar a reserva do titular Tobias. Mas, a partir de 1979, garantiu a posição de titular da camisa número 1 do clube. Os primeiros tempos foram difíceis. Em 79, o clube protagonizou uma campanha irregular que culminou, no ano seguinte, com o susto do temido "Torneio da Morte" no Campeonato Paranaense. Em 82, porém, as coisas começaram a melhorar. Roberto foi peça importante na conquista do título de campeão paranaense. Em 1983, a consagração com a camisa atleticana: depois de cinco anos de Atlético, Roberto, que foi um dos maiores responsáveis pela espetacular campanha no Campeonato Brasileiro, garantiu também vaga na seleção do campeonato e o título de “melhor jogador da competição”. Teve participação decisiva em todo Brasileiro, mas suas exibições de gala foram reservadas para os jogos das quartas-de-final e semifinais, contra São Paulo e Flamengo. Seu desempenho firme e seguro deslumbrou paulistas e cariocas. Era hora de partir... Seu destino foi o Vasco da Gama, mas nem as boas apresentações com a camisa atleticana lhe valeram o posto de titular. Além de viver na sombra do ídolo da torcida vascaína, o goleiro Acácio, Roberto também teve que adotar o sobrenome “Costa”, para se diferenciar do artilheiro da equipe carioca, Roberto Dinamite. Aos poucos, foi conquistando seu espaço, repetindo a dose no Brasileiro de 1984, quando novamente foi eleito o “melhor goleiro do Brasil” e o “melhor atleta da competição” do time vice-campeão nacional. Com esse currículo, não demorou para chegar à Seleção Brasileira. Mas não conseguiu se firmar no time. Depois que deixou São Januário, Roberto Costa teve rápidas passagens por Coritiba, Internacional, Taguatinga e Caldense. Em 1987 voltou para o Furacão, para encerrar a carreira profissional. Ainda teve pique para disputar a suburbana, defendendo o Vila Fany. Ao aposentar as luvas, Roberto Costa decidiu virar "professor", tornando-se preparador de goleiros. Teve passagens pelo Coritiba e, no ano passado, estava no juniores do Londrina. Atualmente mora em Foz do Iguaçu, aguardando novas oportunidades. Pela passagem brilhante que teve no Atlético, Roberto é considerado um dos maiores jogadores da história do clube. Pela frieza, boa colocação e reflexos apurados, protagonizou defesas históricas, garantindo o apelido de “Mão de Anjo”. Como ele mesmo gostava de dizer, “mãos de anjo, mas com o coração atleticano”.
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