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Djalma Santos

Djalma Santos foi o maior lateral-direita do mundo. Antes de mais nada, antes de começar a falar sobre a história de Djalma Santos, esta frase tem de ser dita: ele foi o maior lateral-direita de toda a história do futebol mundial. E vestiu a camisa rubro-negra. Pronto, esses dois fatores são decisivos para alçar Djalma à condição de ídolo eterno da torcida atleticana.

Porém, nada é suficiente para contar a bela trajetória de Djalma Santos no futebol. Todas as linhas são poucas, as palavras pequenas. Mas isso não nos impede de tentar.

Ele nasceu apenas cinco anos depois da fundação do Atlético, em 1929. Garoto pobre, tinha como grande sonho ser piloto de avião. O pai fazia força para que ele fosse militar. O futebol não era nem de longe uma opção de carreira profissional. Enquanto não tinha dinheiro para bancar um curso de aviação, Djalma ia se virando como podia. Trabalhava como sapateiro e jogava suas peladas na várzea de São Paulo nos finais de semana.

Um dia, machucou a mão direita no trabalho e deu por encerrado o sonho, que já estava distante e se tornou impossível. Coincidentemente, suas boas atuações pelo Internacional, time de várzea paulistana, chamaram a atenção de olheiros de grandes clubes. Fez testes no Ypiranga e no Corinthians, mas preferiu a Portuguesa. Jogando lá, ao menos poderia conciliar os horários na sapataria. Mas rapidamente Djalma trocou os sapatos apenas pelas chuteiras.

Forte e habilidoso, Santos - como era chamado - atuava como centro-médio na Portuguesa. Passou para a lateral-direita quando o clube contratou o grande astro Brandãozinho. A habilidade que adquiriu pelo tempo em que jogou no meio-campo, transformou-o em um jogador diferenciado. Na época, nenhum lateral ultrapassava a risca do meio-campo. Djalma sim. Tinha força física e fôlego para ir à frente e voltar a tempo de não deixar a defesa desguarnecida.

Além disso, sua cobrança de lateral se tornou um marco. Usava a mão direita machucada para dar a sustenção necessária e fazia um arremesso de vários metros para dentro da grande área, quase que como um escanteio com as mãos.

Pela Portuguesa, Djalma ganhou os Torneios Rio-São Paulo de 1952 e 1955. Foram 453 jogos entre agosto de 1948 e maio de 1959, quando se transferiu para o Palmeiras. Ele jogava na Lusa quando foi campeão mundial pela Seleção Brasileira na Suécia, em 1958. Foi titular em apenas uma partida - a final, contra os donos da casa, vencida pelo Brasil por 5 a 2 -, substituindo De Sordi, que passara mal. O suficiente para ser considerado o melhor jogador da posição naquele Mundial. Na Copa seguinte, no Chile, em 1962 (quando já era jogador do Palmeiras), Djalma se consagrou bicampeão mundial. Jogou ainda mais uma Copa, a da Inglaterra, em 1966, e disputou 100 jogos. No Palmeiras, ele jogou quase dez anos: foram 491 partidas e dez gols marcados, entre 1959 e 1968, ganhando três títulos paulistas.

Quando se preparava para encerrar sua carreira, em 1968, Djalma recebeu um convite do Atlético. O presidente Jofre Cabral e Silva foi a São Paulo para tentar reforçar o Atlético, que sofria com os negros anos da década de 60. Encontrou o bicampeão mundial no campo de treino do Palmeiras e logo puxou papo. Perguntou se conhecia algum bom jogador que pudesse reforçar seu Atlético. Djalma Santos perguntou quando o presidente pretendia pagar. Satisfeito com a oferta, não teve dúvidas: disse que estava disposto a ir para o Furacão. Não podia deixar o Palmeiras imediatamente, mas prometeu que iria para o Rubro-Negro assim que encerrasse seu contrato. Jofre acabou morrendo meses depois, mas Djalma cumpriu com sua palavra e chegou em Curitiba no final de 68.

Realizou partidas memoráveis pelo Atlético. Mesmo com 40 anos, ainda tinha um fölego impressionante e cobrava dos colegas mais preguiçosos. Com essa inspiração, o Atlético foi campeão paranaense de 1970, um dos títulos mais comemorados da história. Djalma teve participação decisiva. Atuava com sabedoria: quando pegava um ponta-esquerda muito veloz, trocava de posição com Julio e ia jogar na esquerda, onde tinha mais tempo para exibir seu belo futebol. Deixou uma marca incrível no Atlético e não viveu apenas da fama de bicampeão mundial. Despediu-se do futebol em 21 de janeiro de 1971, prestes a completar 42 anos, em um jogo contra o Grêmio. Teve uma atuação soberba, digna de toda a sua brilhante carreira.

Depois de deixar os gramados, tornou-se técnico, com passagem pelo próprio Atlético, mas desistiu da estressante carreira. Passou a se dedicar aos garotos, trabalhando em escolinhas de futebol.

Djalma Santos foi eleito para integrar a Seleção dos 80 Anos do Atlético.

Nome: Djalma dos Santos
Nascimento: São Paulo (SP), 27.02.1929
Posição: lateral-direita
Clubes: Portuguesa, Palmeiras, Atlético e Seleção Brasileira
No Atlético: 1969 e 1970. Campeão paranaense em 1970.

 

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