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Octávio Augusto da Silveira (1974 e 75)

"Presidir o Atlético foi uma das coisas mais emocionantes que fiz na minha vida”. Esta é a afirmação do ex-presidente Octávio Augusto da Silveira, que comandou o Atlético em 1974. Trinta anos mais cedo, Octávio jogou pelo juvenil do rubro-negro, atuando como meia. Dois anos depois, em 1947, Octávio passou para o time amador, atuando até 1954, sempre como capitão, seu maior orgulho. Naquela época, o Atlético era comandado por Manoel Aranha. Os jogadores, na maioria universitários, proporcionaram um espetáculo aos torcedores com o título de 1945. Octávio também fez parte do time aspirante do Atlético, que foi campeão em 1950, atuando em duas partidas.

Octávio Augusto da Silveira nasceu a 07.07.1929, em Curitiba. O pai atleticano sempre o levava aos estádios para acompanhar o Furacão. Até hoje, Octávio se lembra do primeiro jogo onde começou a torcer pelo Atlético, diante do Juventus. Já na década de 60, fez cursos de especialização em Ribeirão Preto (SP) e voltou para Curitiba. Em 1966, já em Curitiba, Octávio foi à Baixada assistir a um jogo do Atlético e avistou o então presidente, Renato Requião, em prantos, pois o time não queria entrar em campo, devido aos salários atrasados. Octávio ajudou, tirou dinheiro do próprio bolso e a equipe entrou em campo. “ Ali começou a minha odisséia no Atlético” , relembra. Posteriormente, fez parte do Conselho Deliberativo do Atlético e indicou o primeiro presidente da década de 70, Rubens Passerino de Moura. Naquela época, ninguém queria assumir o comando do clube, que ainda herdava dívidas do tempo do presidente Jofre Cabral e Silva. A arrecadação anual do clube era muito baixa.

Em seguida, Octávio assumiu a presidência do Conselho e ajudou a eleger o eterno amigo Lauro Rego Barros, que assumiu em 1972. “ Conhecer o Lauro é uma das grandes felicidades da minha vida ”, afirma. Conta ele que, naquela época, ninguém sustentava o Atlético, todos ajudavam do próprio bolso, principalmente no pagamento do salário dos jogadores, que chegaram a ficar seis meses sem receber um centavo. Em contrapartida, o Coritiba estava em uma situação melhor, embora ainda ganhasse as partidas no apito. “ Na verdade, éramos um grupo de freiras administrando um bordel ”, parafraseia. Octávio assumiu a presidência do Atlético em 1974, deixando o comando do clube no ano seguinte. Um pouco antes, recebeu um telefonema de um torcedor que exigia a demissão do então técnico Carabina e então, entendeu que seu ciclo já havia terminado no Atlético, embora tivesse a intenção de se reeleger. Segundo ele, “ quando a gente começa a gostar, é que está na hora de sair ”.

Um dos momentos engraçados que Octávio lembra enquanto presidente do Atlético foi uma partida em Guarapuava. Naquele momento, o clube estava passando por dificuldades financeiras e os jogadores não recebiam há mais de seis meses. Em campo, o técnico Carabina gritava aos prantos para os jogadores: “ Fulano, sai pra receber !” E então, um torcedor que estava perto de Octávio comentou: “ É melhor o Carabina não dizer isso, se não eles pensam que é pra receber o dinheiro e saem de campo !”.

Hoje, casado e pai de três filhos, Octávio possui um consultório particular no centro de Curitiba, onde exerce as funções de eletroencefalógrafo e psiquiatra. Acompanhado de sua família, costuma ir em todos os jogos do Atlético na Baixada. Fã do futebol atual de Adriano e Dagoberto, Octávio afirma que o maior jogador do Atlético nesses 80 anos de história é Jackson.

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