Valério Hoerner Júnior

O historiador Valério Hoerner Júnior foi parceiro de criação do livro "Atlético: A Paixão de um Povo" com Heriberto Ivan Machado. O site Furacao.com não poderia deixá-lo de fora neste especial.

Valério fez uma comparação entre o Atlético de hoje e o de ontem e afirma que esta última década foi a mais importante nestes 80 anos de existência do rubro-negro.

Como pesquisador da história do Atlético, que análise o faz dos 80 anos de fundação do Atlético?
O clube evoluiu desde o seu começo, passando por altos e baixos, com diversas crises a ameaçá-lo. Houve uma comandada por Caju, com seus liderados disputando a terceira divisão. Dois Atléticos num no só! Coisas passageiras. Mas a pior de todas foi sem dúvida a de 1967, quando caímos para a segunda divisão. Mas no Atlético até a tragédia se transforma em coisa boa. E isso se tornou numa dádiva, porque daí veio o Jofre, fez das suas e o Atlético reviveu, como todos que se beneficiaram de seu brilho naquele ano. Reacendeu uma chama que os atleticanos guardam até hoje com orgulho.

Nessas oito décadas, qual o melhor momento do Atlético?
Sem dúvida, a última década. O Atlético, de modesto e parcimonioso patrimonialmente, cresceu de maneira retilínea e hoje impressiona a todos os de fora e orgulha os de dentro.

O Atlético é um clube muito popular em Curitiba. O que o Atlético tem que é capaz de agrupar uma legião de torcedores tão apaixonados?
Na verdade, o Atlético não nasceu popular. Nasceu das elites. O grande salto para a popularidade foi em 1968, com Jofre Cabral e Silva e aquele timaço que armou, contagiando a todos. O populacho acercou-se, apaixonou-se. O Atlético gostou. Desde então se deram bem e hoje convivem na maior fraternidade, formando a maior torcida de Curitiba, do Paraná e, isoladamente, em algumas cidades, é quase unanimidade.

As coisas no clube sempre ganharam proporções muito grandes, para o bem e para o mal, na vitória e na derrota. O atleticano é muito exigente?
Não era exigente. Na década de 60, a caminho célere do rebaixamento, a torcida, emocionada, sem dúvida, calou-se. Não me lembro de ter ouvido ou visto protestos. Até que Jofre levantou o clube e transformou o espírito atleticano, que passou a ser um clube diferente, extremamente característico, “sui-gêneris”. De um fanatismo engraçado, cativante. Sempre disse e repito: há coxas capazes de exibir uma gravata rubro-negra em nome da combinação da roupa. Mas não há um atleticano que possua uma gravata verde e branca.

Como definiria o Clube Atlético Paranaense?
O Atlético é a demonstração maior da paixão popular.

 

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