Nilo Biazetto

Curiosamente, o capitão do time de 1949 e presidente do Conselho Deliberativo do Atlético Paranaense em 2002, começou a carreira no Coritiba. Depois de fazer um concurso no Banco do Estado - onde foi aprovado - Nilo Biazetto só poderia trabalhar se fosse jogar no Atlético, já que os diretores eram todos atleticanos. Aconselhado por seu pai, trocou de time e nunca se arrependeu.

Campeão Paranaense em 1943, 1945 e 1949, o ex-jogador e ex-dirigente sempre esteve ao lado do time nos momentos de alegria e de tristeza.

Nilo ainda continua freqüentando os jogos do Atético e trabalha com uma financeira, no centro de Curitiba.

Como o senhor começou a jogar futebol?
Eu jogava futebol desde criança e tinha um certo destaque. Acabei me tornando conhecido nas olimpíadas universitárias, quando fomos campeões brasileiros. Então comecei a jogar nos juniores do Coritiba, sendo campeão em 39 e, algumas vezes joguei no time principal. Foi então que surgiu o ‘namoro' da família do Jofre Cabral, que queria me ver jogando no Atlético. Prestei um concurso para o Banco do Estado, dirigido por atleticanos e, quando passei, só me deixaram assumir o cargo com a condição de que eu jogasse pelo Atlético. Assim fui parar no banco e no rubro-negro.

E como foi sua ascensão no Atlético?
Aos 20 anos eu assinei com o Atlético. Eu jogava como centro-médio, o que hoje é o quarto zagueiro. Eu era um zagueiro clássico quando tinha que ser e forte quando precisava, dificilmente perdia uma bola alta, o que era minha característica. Fui campeão com o time em 43, 45 e 49, quando eu era capitão do Furacão. Fui eu também quem convidou o Jofre para dirigir o clube. Eu o Cireno e o Jackson. Deixei o futebol cedo, com 27 anos tive que escolher entre o banco e o futebol. O Atlético exigia cada vez mais de seus jogadores nas excursões e eu não conseguia acompanhar as duas coisas. Optei pelo banco mas até hoje estou dentro do clube. Eu ainda sofro pelo Atlético. Até hoje sou conselheiro e cheguei a ser presidente do Conselho Deliberativo, vivo o dia-a-dia do clube e até do conselhos administrativos ao Mário Celso Petraglia.

Quais foras seus momentos de tristeza e de alegria dentro do Atlético Paranaense?
As minhas maiores e melhores recordações são os títulos que conquistei enquanto era jogador, o fato de ser capitão do time que se consagrou como Furacão também. Tristezas eu não tive, só tive alegrias. E vou guardar as minhas melhores recordações dessa época, é de onde tenho os meus melhores amigos. Tenho uma gratidão muito grande pelo Atlético.

E hoje? O senhor ainda participa da vida do clube, né?
Eu ajudei o Mário Celso Petraglia a consolidar uma situação administrativa do conselho quando houve uma cisão e eu precisava unificar, não consegui. Mas consegui controlar para que cada um entendesse o papel dos outros. Quando o Atlético foi campeão em 2001, eu estava lá no campo, em São Caetano. O time de 2001 era todo bom e o Adriano é um dos grandes jogadores que o Atlético tem.