Mário Sérgio
Mário
Sérgio Pontes de Paiva conhece profundamente o trabalho desenvolvido
pelo Atlético Paranaense há pelo menos três anos.
Na sua primeira passagem pelo Furacão, Mário foi responsável
por montar o elenco Campeão Brasileiro, que na seqüência
da competição foi dirigido por Geninho.
Apesar de conseguir vitórias importantes com o
Atlético e manter uma invencibilidade por muito tempo, Mário
não agrada a todos os torcedores do clube, que o acham arrogante.
O certo é que a metodologia do treinador está
dando resultados e ele espera manter um contrato verbal que tem com a
direção até o fim do ano.
Quando você chegou ao Atlético em
2001, podia imaginar que aquele time seria campeão brasileiro cinco
meses mais tarde?
Eu tinha quase certeza. Quando eu saí, eu tive a oportunidade
de conversar com o Samir e o Carletto, que eram os diretores do clube,
e disse que estava saindo, mas que sabia que o time tinha potencial para
chegar ao título. Eu dizia isso pela qualidade dos jogadores, pelo
trabalho que foi feito na pré-temporada. Tudo levava a crer que
o time chegaria ao título e graças a Deus isso aconteceu.
Qual era a principal qualidade daquele time
campeão brasileiro?
O time tinha muitas qualidades. Tecnicamente era um time muito bom, tinha
grandes jogadores e foram peças que se encaixaram. Um time consegue
sucesso quando as peças se encaixam. E houve um encaixe automático
naquela época com os jogadores que o Atlético tinha. Além
disso, volto a dizer que a pré-temporada de quarenta dias foi muito
importante. Os jogadores se dedicaram bastante, ficaram presos no CT durante
25 dias sem sair e isso deu uma base muito boa para o time.
Você conhece a estrutura dos principais
clubes brasileiros. Qual é a diferença do Atlético
para esses clubes?
Acho que o Atlético Paranaense, com essa estrutura física,
se estivesse em São Paulo, com certeza seria citado como um dos
maiores clubes do mundo. Mas como fica escondidinho aqui no Paraná,
o pessoal não dá muito destaque a essa estrutura. Aliás,
essa propaganda não interessa ao pessoal de Rio e São Paulo.
Eles dão mais ênfase aos clubes de lá do que aos clubes
daqui. Ou melhor, nem tomam conhecimento do que existe aqui. Se eles vierem
aqui e presenciarem o que se faz aqui, aí então o Atlético
Paranaense teria um respeito muito maior das pessoas que têm mais
acesso a criar uma opinião pública, uma imagem, como a imprensa
de Rio e São Paulo.
Qual foi o jogo do Atlético que lhe deu
mais satisfação pessoal?
Acho que o jogo contra o São Paulo, pelo Campeonato Brasileiro
de 2003, foi uma partida muito importante, especialmente pelas circunstâncias
em que ele aconteceu. Jogamos desfalcados, alguns diziam que nós
tomaríamos uma goleada, mas o time foi lá e se superou.
Ganhamos o jogo por um placar histórico, 4 a 3, e aquela partida
foi marcante para nós todos. |