Heriberto Ivan Machado

Professor, historiador, escritor e um dos responsáveis por manter a memória do Atlético viva. Assim é Heriberto Ivan Machado, um dos maiores nomes nestes 80 anos do clube.

Há pouco mais de dez anos, Heriberto - em parceria com Valério Hoerner Júnior - publicou o livro Atlético: A Paixão de um Povo, que foi sucesso de vendas com a torcida rubro-negra.

Bastante atencioso, o nosso entrevistado afirmou que o Atlético já nasceu como clube de elite, foi se popularizando ao logos dos anos e que a transformação em clube de massa foi essencial para a sobrevivência do Furacão.

Quando que o Atlético deixou de ser um clube de elite para virar um clube de massa?
O Atlético nasceu da elite sócio-econômica curitibana. E até a década de 60 o clube foi visto por todos como um time de elite, embora aos poucos outras classes passaram a torcer para o time. Em 1968, Jofre Cabral e Silva fez uma grande revolução no futebol do Estado ao contratar excelentes jogadores como Durval, Bellini, Zequinha, Djalma Santos, Zé Roberto... isso chamou a atenção dos desportistas paranaenses e quem estava com dúvida para qual time torcer, veio para o Atlético.

O senhor considera o Atlético de 1972 como um dos maiores times da história do clube. Essa é a opinião do torcedor Heriberto ou do historiador?
É uma opinião como torcedor. Foi o melhor time que eu vi jogar. Fazendo uma comparação de resultados, foi realmente uma equipe de ótimos resultados e só não ganhou o título de 1972 por problemas extra-campo. Não deixaram o Atlético ser campeão porque nos meteram a mão. Isso é fato comprovado. O Furacão de 1949, também foi fabuloso. Só que perdeu algumas partidas de goleadas, era irregular.

Muita gente desvaloriza os time mais atuais, como o Campeão Brasileiro de 2001. O Senhor acha que daqui dez anos muitos vão falar daqueles jogadores?
É verdade! Nós poderemos dar mais valor. Em 2001 tínhamos uma equipe homogênea. Se for comparado em termos históricos, não foi uma equipe com potencial técnico relativo a tempos passados, claro que guardadas as suas devidas proporções. Só que por causa do conjunto de 2001 fomos Campeões Brasileiros com justiça. O Geninho montou um bom esquema e através disso fizemos sucesso.

Qual foi o pior momento da história do Atlético?
O Atlético penou nas décadas de 50 e 60. Muitos presidentes renunciaram porque não havia nenhuma forma de administrar o clube.

A torcida do Atlético é um diferencial ou a gente exagera?
Não exageramos, não! Eu sempre conto para jornalistas de outros centros a força que temos. Somos originais e criativos e fazemos um trabalho de apoio ao clube nos 90 minutos. No Rio de Janeiro e São Paulo as torcidas vão aos treinos, aos jogos, para bater nos jogadores. A gente cobra, mas com 99,9% de incentivo. Não tenho dúvidas de que somos os maiores e melhores do Paraná.

 

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