Geraldino
Geraldino Damasceno chegou ao Atlético no fim da década de 50 e fez um pouco de tudo dentro do clube: foi jogador, técnico e até supervisor de futebol.
Na conversa que tivemos com ele, Geraldino mostrou-se bastante emocionado e chegou a chorar durante a entrevista. "Tá vendo a diferença do Atlético para outros times? Isso daqui é paixão", afirmou.
Saiba um pouco mais da história desse atleticano
que também deu uma parcela da vida para contribuir com o clube
nestes 80 Anos.
Como o senhor começou a jogar futebol?
Comecei como jogador em 1950, quando assinei meu primeiro contrato com
o Trieste, eu tinha 15 para 16 anos. Depois disso passei pelo Marília
e fiquei um pouco no Botafogo. Do Rio de Janeiro, vim para Desportiva
de Jacarezinho, que era o melhor time do Paraná, fantástico.
Lá eu joguei de 50 à 55 mas com a geada no último
ano, os cafezais morreram e, o dinheiro do café que sustentava
a cidade, acabou e, com ele, o futebol. Foi quando eu vim para Curitiba,
contratado pelo Ferroviário onde joguei um ano e meio, antes de
vir para o Atlético.
E no rubro-negro, como foi a vida de profissional?
Em 57, quando cheguei, fomos vice-campeões e, em 58 fomos campeões.
A diferença entre ser treinador e jogador, como eu passei pelas
duas coisas, é que como jogador você faz a história
com o gol e como treinador você ajuda a construir a vitória
e às vezes é responsável pelo sucesso. Dos 20 títulos
que disputei, conquistei 10 e fui vice-campeão nos outros 10.
Quais foram as suas alegrias e decepções
no clube?
Não tive tristezas durante a minha passagem pelo Atlético
ou, se tive, foram coisas momentâneas que aconteceram por algum
motivo e deveriam ser superadas, mas hoje eu nem lembro mais. Mas é
claro que tive muitas alegrias, por exemplo a modernização
que o Atlético sofreu. Eu sinto como um filho que você vê
começar a andar e, mais tarde, vai abraçá-lo recebendo
o diploma universitário. Tudo tem um começo e o Atlético
sempre cresceu muito em função do amor de sua torcida (chora),
só isso explica o crescimento do Atlético, o amor que as
pessoas têm, coisa que só Deus poderia explicar. O Atlético
na nossa mão tem muitas e muitas situações de penúria,
de dificuldades, mas nunca ele morreu.
Como é o seu relacionamento hoje com o
Atlético?
Hoje eu tenho uma ligação com o clube que não vai
terminar nunca, que é a afetiva. No time atual, diversos jogadores
jovens como Fernandinho, Dagoberto e Ilan fazem uma trabalho muito bom.
O Mário Sérgio está fazendo um trabalho muito bom
e com esse trabalho o Atlético está crescendo muito. |