Geninho

O próprio Geninho, quando foi contratado para assumir o Atlético Paranaense no segundo semestre de 2001, não acreditou que poderia alcançar o título máximo da temporada.

E foi com muito trabalho e união que o treinador conseguiu unir o elenco em busca de um único objetivo.

Fora do clube há mais de dois anos, Geninho ainda deixa saudades em muitos torcedores que o consideram, assim como os analistas da Furacao.com, o melhor treinador do clube nestes 80 anos de vida do rubro-negro.

Quando você chegou ao Atlético em 2001, podia imaginar que aquele time seria campeão brasileiro?
Não, pela primeira impressão não. Nosso primeiro objetivo era fazer uma boa campanha. Quando eu cheguei o Atlético estava, se não me engano, em 14° ou 15° lugar. Então, o objetivo inicial era fazer uma boa campanha. Depois, havia a intenção de tentar uma classificação entre os oito. Só que as coisas evoluíram de uma maneira tão boa, o time assimilou tão bem o trabalho, houve uma integração tão grande entre todos, que acabou culminando com o título.

Na final contra o São Caetano, você realizou uma preleção que ficou famosa. Depois de conversar com os jogadores, deu uma faixa de campeão para cada um. Como foi esse momento?
A idéia surgiu aos poucos. Eu conversava muito com a Suzy, que era a piscóloga, e eu passei para ela essa idéia. Ela achou que teria um impacto muito forte. As duas únicas pessoas que sabiam era a Suzy e o Maculan, a quem eu pedi que fizesse as faixas. Quando eu dei a faixa, eu falei para eles: “Para mim, vocês já são campeões. Não deixem ninguém tirar essa faixa do peito de vocês”. Pelo trabalho que eles tinham feito até aquele momento, eles mereciam ser campeões. Então, para mim, realmente, o grupo já era campeão, independente do resultado. Isso trouxe realmente uma motivação muito grande para o grupo. Ele assimilou que a faixa era nossa e que ninguém podia tira-la da gente.

Você não temeu que isso pudesse ter o efeito contrário?
Não. Eu tinha certeza que eles iriam assimilar bem a coisa.

Como foi a sua relação com a torcida do Atlético?
O meu relacionamento com a torcida do Atlético é ótimo. Eu não tive antes e não sei se eu vou ter no futuro um relacionamento tão bom e tão estreito com uma torcida como eu tive com a Fanáticos, que representava toda a torcida do Atlético. Quando eu digo Fanáticos, eu me refiro na verdade à toda a torcida. Houve uma afinidade muito grande entre nós. Talvez tenha sido a torcida que mais colaborou com algum time meu para que me ajudasse a atingir alguma coisa. A torcida jogou muito junto com o time. O time entrava em campo e sabia que teria um apoio nos momentos difíceis. Essa torcida jogou junto. Então, eu tenho um carinho e um agradecimento muito grande por essa torcida. Toda vez que eu vou a Curitiba, mesmo sabendo que hoje eu estou do outro lado, ainda tenho um carinho muito grande pela torcida do Atlético.

Você lembra de algum momento em que a ajuda da torcida atleticana tenha sido decisiva?
Nós fizemos um jogo contra o Bahia, na Baixada. Nós estávamos empatando por 3 a 3 em casa e essa torcida em momento nenhum estava vaiando o time. Quando nós fizemos o quarto gol, essa torcida incendiou e o time foi junto. E um resultado de 3 a 3 acabou virando uma goleada de 6 a 3. E isso em coisa de cinco, dez minutos. Então, esse episódio marcou bastante.

Como você recebe a notícia de ter sido o melhor técnico do Atlético na Seleção dos 80 anos elaborada pela Furacao.com?
Poxa, eu fico muito emocionado. E orgulhoso, porque você vê que estão nessa Seleção jogadores de várias épocas do Atlético. De 80 anos de história do Atlético. E dentro de 80 anos, você ser escolhido pelo pessoal ligado ao Atlético como o melhor treinador que passou pelo clube, só é motivo de orgulho, de satisfação e de agradecimento. Esse pôster da Seleção vai ficar num lugar de destaque na minha casa.

 

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