Carlinhos

Carlinhos chegou ao Atlético Paranaense em 1987 e foi um dos maiores ídolos da torcida no fim daquela década. Ponta-direita habilidoso, era protagonista de belos lances, como o famoso toque de letra.

Em 1988 ele perdeu um pênalti aos 45 do segundo tempo numa final de Campeonato Paranaense. O goleiro Toinho, do Pinheiros, segurou a cobrança que poderia decretar o título antecipado para o rubro-negro. "Foi o pior dia da minha vida", afirmou o jogador que levantou o caneco do domingo seguinte, também no Pinheirão.

Hoje Carlinhos é empresário de grandes craques, como atacante Renaldo, que também jogou no Atlético e que recentemente defendeu as cores do Paraná Clube.

Como você começou a carreira e por quais clubes passou?
Eu comecei a minha carreira no Cruzeiro, com 13 anos, na categoria dente-de-leite. Eu estreei no profissional do Cruzeiro em 1978, com 18 anos, e fiquei lá até 85. Depois, eu me transferi para o Flamengo, onde fiquei um ano e quatro meses e depois tive a felicidade de me transferir para o Atlético Paranaense, que foi o clube que mais marcou na minha vida, onde eu conquistei grandes resultados, tornei-me um grande ídolo e que hoje é o time do coração de toda a minha vida. Joguei no Atlético em 87 e 88, no ano seguinte me transferi para o Santos, em 90 voltei para o Atlético, em 91 disputei o Campeonato Paranaense pelo Paraná Clube, em 92 joguei no Atlético e no Palmeiras e em 93 eu voltei para o Atlético, onde eu posso dizer que encerrei a carreira. A melhor coisa que aconteceu para mim foi ter encerrado a carreira no Atlético.

Houve uma passagem sua que ficou marcada na história do Atlético. Foi em 1988, quando você perdeu um pênalti no último minuto do segundo jogo da final contra o Pinheiros. Como foi esse episódio?
O pênalti aconteceu aos 45 minutos do segundo tempo da segunda partida da final. Eu era o responsável pela cobrança e infelizmente eu bati e errei. Foi o pior momento sem dúvida nenhuma da minha carreira. Depois que o juiz terminou o jogo, eu entrei em desespero. Foi um momento de muita lágrima. Eu passei uma semana difícil, mas nessa hora eu encontrei um apoio muito grande da minha família, dos meus companheiros, da diretoria e do treinador, que era o Nelsinho Baptista. Isso foi muito importante para que eu pudesse me recuperar emocionalmente e ajudar o time a conquistar o título na semana seguinte.

Nos períodos em que você jogou pelo Atlético, no final dos anos 80 e início dos anos 90, o clube atravessou por um momento muito difícil. Como os jogadores conseguiam superar as dificuldades financeiras?
As dificuldades eram totais. Eu falo que eu joguei na época em que o hino do Atlético Paranaense prevalecia, porque você jogava por amor. Hoje, graças a Deus, eu fico muito feliz de ir a Curitiba e encontrar a estrutura maravilhosa que o Atlético tem. Eu brinco com o Mário Petraglia dizendo que eu e outros jogadores que jogaram na minha época se estivessem jogando hoje no Atlético, com a estrutura que o clube tem, seríamos vendidos por 30, 40 milhões de dólares.

Qual é a melhor recordação que você guarda do seu tempo no Atlético?
Foram tantos que fica até difícil de escolher, mas sem dúvida nenhuma foram os momentos em que conquistamos os títulos. Individualmente, eu tive momentos maravilhosos no Atlético. Mas o futebol é coletivo e então eu posso citar os títulos, que é o que fica de importante para o clube. Mas teve um momento que me marcou muito mesmo, que eu não esqueço de maneira alguma, foi em 1992, quando eu estava indo para o Palmeiras. Na minha despedida, nós ganhamos do Coritiba por 3 a 0, eu joguei com a número 10 e fiz uma partida realmente maravilhosa. Na hora que eu saí do jogo, faltando uns dez minutos para o fim, a torcida do Atlético ficou em pé, gritando para que eu ficasse. Ao mesmo tempo, eu podia ouvir a torcida do Coritiba nas cadeiras batendo palmas. Então, esse foi um momento individual muito marcante.

Hoje em dia você tem contato com dirigentes do clube, torcida ou não voltou a viver o ambiente do Atlético?
Eu tenho muito contato com o Mário Petraglia, principalmente por causa da minha profissão atual. Hoje eu sou um agente de futebol e tenho uma empresa de marketing esportivo em Belo Horizonte. Por isso, eu tenho um contato praticamente diário com o Petraglia e com outras pessoas do Atlético Paranaense. Para mim é uma alegria muito grande poder visitar Curitiba porque é uma cidade que eu amo. Se eu não fosse de Belo Horizonte, hoje eu fatalmente estaria morando em Curitiba. Então, eu fico feliz por ter abraçado uma profissão que permite continuar indo a Curitiba e continuar tendo contato com o Atlético Paranaense.

 

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