Aloar Ribeiro
Antes de tudo, Aloar Ribeiro é um grande apreciador e historiador do futebol. Já publicou cerca de 300 colunas sobre jogadores, dirigentes e pessoas ligadas ao esporte. Muitos reclamam que a maior parte de seus textos são sobre atleticanos, mas Aloar defende-se dizendo que era o clube a qual ele tinha mais acesso.
Sua família também esteve ligada ao futebol. Seu tio, Tércio Agner, foi goleiro e seu primo de segundo grau, Abílio Ribeiro foi presidente do Atlético. Outra curiosidade na sua família é que seu pai, torcedor do rubro-negro, nasceu no dia 26 de março, assim como seu clube de coração.
O senhor lembra de alguma passagem curiosa enquanto esteve cobrindo o Atlético?
Em 1961, o presidente Carlos Zehnpfennig montou uma equipe à base de jovens jogadores. Entre eles Renatinho, Pedrinho, Sansão e Osley. Isso devido ao baixo custo, tendo em vista as dificuldades financeiras do clube. Já o Coritiba tinha um time com salários muito mais altos. No entanto, num Atletiba na Baixada, o Atlético ganhou de 4 a 2, inclusive com gol do Toccafundo. Entrão o presidente Zehnpfennig começou a gritar para todos os lados: “A vitória do tostão contra o milhão!”, referindo-se à diferença salarial.
Qual foi o dirigente com melhor passagem pelo Atlético?
Houve vários. Destaco o Jofre, que inclusive era amigo do meu pai. Ele era sensacional, levantou o Atlético. Uma vez, eu o entrevistei no Edifício Bradesco e ele esbravejava: “Estou trazendo o Bellini, Djalma e Nilson porque quero ver eles gritando gol pelo Atlético e não pelo Coritiba”. Também houve o Rubens Passerino, esse sim foi um baluarte, o Luiz Gonzaga de Motta Ribeiro, Sylseu Pereira Alves, que era modesto, amigo e sempre estava disposto a me atender.
A torcida do Atlético é diferenciada mesmo?
Sim. Sempre foi a mais inflamada e deve ser a maior do estado. Lembro do jogo do título em 1970, contra o Seleto, lá em Paranaguá, que a estrada ficou totalmente lotada na volta. Todos paravam e se abraçavam. Enquanto isso, o ônibus do Atlético vinha lá atrás, com toda a torcida fazendo festa. Tenho saudade de velha Baixada. Hoje é bonito, mas o outro era mais aconchegante. A torcida sempre foi minha amiga, tenho vários amigos atleticanos. O Ney Braga uma vez me deu um prêmio, aliás, fui mais homenageado pelo Atlético, tenho várias homenagens em casa. Eu tinha carinho pelos dirigentes e sempre os tratei bem.
Quem você considera o melhor jogador que já passou pelo Atlético?
Jackson do Nascimento. Para se ter uma idéia, depois do Atlético ele foi para o Corinthians e desbancou o Carbone. Hoje não dão valor a isso, mas na época era algo sensacional. Aliás, a equipe do Atlético em 49 foi a melhor de todas. Eles jogavam por música, até me arrepiava ver os caras jogarem. Aquilo foi um espetáculo. |