Departamento Médico: década de 90 ao novo século por Edilson Thiele Desde pequeno o Atlético faz parte da minha vida. Lembro-me saindo ainda criança de mão dada com meu pai para irmos à Baixada ver mais um jogo, comer pinhão, pastel de banana, pão com bife na chapa, junto aos pinheiros no gol dos fundos. Os anos passam e meu pai fica impedido por ordem médica de ir ao jogo (só via o ataque do Atlético, depois virava de costas e ficava cutucando os pinheiros, tamanho sofrimento) e esperava eu chegar para saber o resultado do jogo, pois sofria muito ouvindo a transmissão pelo rádio. Acabo minha formação médica, chego da França e recebo um convite do Sr. Geraldo Damasceno (Gerente de Futebol) e do Prof. Odivonsir Frega (preparador físico) para assumir o Departamento Médico. Aceito de imediato e o amor pelo rubro-negro aflora novamente. Trago junto comigo meu eterno amigo Ricardo Falavinha, ganhando a fábula de 20 salários mínimos mensais. Começamos em 1990 as mudanças do D.M., aquele mesmo situado no fundo do ginário que quando o rio enchia ficava inundado. Éramos um família, juntamente com o Luis Mexicano (massagista) e o Sr. Amadeu (rouparia). O profissional treinava na Baixada e os amadores no PAVOC. Já no primeiro ano fomos campeões paranaenses no Couto Pereira - com gol contra e tudo - em cima do Coritiba, nosso eterno fival. Como fato pitoresco, os jogadores riscaram o nome do Dr. Falavinha da planilha de escalação, pela sua fama incontestável de "pé frio" e deu resultado. Nesta época já contávamos com Dr. Adinam (hoje em Pato Branco), e o massagista Vanderlei trabalhando conosco. Os anos 91 e 92 foram marcados por 2 excursões para a Europa e mais um fato pitoresco: como não recebíamos havia 6 meses, recebemos como "prêmio" passagens para 2 médicos acompanharem a segunda excursão, sendo Dr. Ericson B. Lima (hoje em Brasília) o grande beneficiado. Com a demanda de trabalho cada vez maior e o fato da construção da nova Baixada. Dr. Newton Santos e Dr. Murilo Ribas começaram a fazer parte da equipe médica, Bolinha tornou-se o novo massagista e o Dr. Luis Requião (hoje no Canadá) iniciou o serviço de fisioterapia no clube. Criamos em 1995 o novo Departamento Médico od Atlético, o mais moderno do Sul do Brasil, com os sonhados Departamento de Fisiologia (Prof. Fabio Masseredjan) e de Nutrição (Dra. Lili Purin), e fomos campeões da Segunda Divisão. Em 1998 começamos uma nova fase com a aquisição do Centro de Treinamentos do Caju. A criação do Departamento Odontológico (Dr. César Feres) e a entrada dos novos médicos: Dr. Henrique Carvalho e Dr. Murilo Santos e a integração com o Dep. Médico do Amador. Iniciamos uma nova caminhada internacional disputando pela primeira vez a Copa Libertadores da América, onde o DM mais uma vez mostrou-se dinâmico, fazendo testes nos jogadores para adaptação à altitude que muito contribuiu para a boa performance dos atletas. Em 2001 concretizamos o maior dos sonhos: conquistamos o título do Campeonato Brasileiro da Primeira Divisão, onde foi fundamental a união de toda a comissão técnica. Gostaria de agradecer a todos que de uma forma trabalharam em prol de uma grandeza maior, em especial aos presidentes com quem trabalhei: Farinhaque, Hussein Zraik, Marcus Coelho, Ademir Adur e Mario Celso Petraglia - todos passionais com o amior atleticanos - e que sempre tentaram dar palpite no Departamento Médico, sem sucesso. Este é o nosso Atlético independente do reconhecimento ou aspecto financeiro, simplesmente amor a uma causa. Um agradecimento especial ao meu pai Erailto Thiele, e a meus filhos Luis Fernando e André Luís, duas gerações distintas, mas com o mesmo amor atleticano. |