Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Paradoxo, parte II

30/03/2015


Fui buscar aqui mesmo na Furacao.com e encontrei um texto que mais uma vez retrata a minha visão do Atlético atual. Clique aqui e veja o texto.

Linearmente são 20 anos de Petraglia ou de um presidente que ele apoiou nas eleições de 2008 no poder. Na prática foram 10 anos muito bons e a última metade muito mais decepcionante do que com coisas a se comemorar. Parte da torcida parece zumbificada e torcendo mais por obras e cimento do que para um time que pretensamente é de futebol. Mas pouco ou praticamente nada se importa com o futebol!

Repito o que escrevi no texto acima citado, para a vida do Atlético a pior coisa que aconteceu foi 2005. Ali Petraglia reafirmou sua convicção que futebol não se planeja, não se estrutura nem organiza, se faz de algum jeito, se torce e pode ser que dê certo. O improviso é a marca maior no futebol de uma gestão que se vende como profissional e moderna. Não é.

No final das contas quem faz o trabalho é o tal do ser humano. A queda do avião alemão nos montes franceses semana passada foi mais uma prova que independe de qualquer sistema moderno, eletrônico, seguro e eficaz, no final das contas quem controla as ações é um ser humano, passível de erros e falhas. E deu no que deu.

Estádio de primeiro mundo (ainda que frio, cinza, uma coisa que não parece Atlético), teto retrátil, o tal do DIF, o centro do propriocepção, enfim, a imensa gama de artifícios os quais o Furacão se orgulha de ostentar não tem valia alguma com a completa inaptidão técnica de um Bady, a indolência de um Delatorre e a incrível fragilidade técnica de Paulinhos Dias, Clebersons e Cléos da vida. O Atlético para não ficar o Brasileiro todo entre os rebaixáveis necessita de pelo menos oito atletas para ontem e que já deveriam estar treinando desde janeiro por aqui!

Fora uma radical mudança na postura da direção, que deve começar colocando o preço dos ingressos num nível pelo menos aceitável e contratar reforços e não meras apostas e promessas que só visam benefícios financeiros, não vislumbro um futuro radiante para o Atlético. Um clube que ignora seu próprio aniversário, que descaracteriza as cores do próprio clube em seu estádio, no smart card do sócio, que despreza o poder de sua torcida ao cobrar um preço completamente maluco pelo ingresso, ou muda de direção, ou segue a deriva.

A sensação é que com a entrega do estádio ano passado a atual direção cruzou os braços, se deu por satisfeita e crê ter cumprido sua missão na Terra. Mas esqueceu que a vida continua, o clube continua, os campeonatos continuam e infelizmente ainda não nos demos conta disso.

Urgem mudanças. Naquela Páscoa de 1995 uma revolução mudou os rumos do Atlético. Na festa cristã da ressurreição, o Atlético precisa de uma nova chacoalhada na sua vida.


Este artigo reflete as opiniões do autor, e não dos integrantes do site Furacao.com. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.