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Patricia Bahr
Patricia Caroline Bahr, 43 anos, é jornalista e se descobriu atleticana nas arquibancadas do Pinheirão, no meio da torcida, quando pôde sentir o que era o Atlético através dos gritos dos torcedores, que no berro fazem do Furacão o melhor time do mundo. Foi colunista da Furacao.com entre 2002 e 2010.
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Não somos saco de pancadas!
28/04/2003
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Foi de lavar a alma! Se o time continua apresentando os mesmos erros tolos no sistema defensivo, a vitória por 5 a 2 contra o Criciúma serviu para tirar o peso da zona de rebaixamento das costas de todos nós. E mais: finalmente a torcida atleticana conseguiu soltar o grito que estava entalado na garganta: “Uh! Caldeirão!!!”.
Foi a vitória da raça, da vontade, da determinação. Foi a vitória para mostrar para todo o Brasil que não somos saco de pancadas. Foi a vitória para mostrar que o nosso time tem ataque, tem qualidade e tem potencial.
Eu tenho um palpite: o Furacão renasceu. Se o time mostrar durante todo o campeonato a vontade demonstrada no 2º tempo, certamente vai ser difícil segurar o Atlético. Principalmente porque o espírito dos jogadores dentro de campo contagia a torcida. E é sempre assim: quando o time e a torcida atleticana jogam juntos, na mesma sintonia, ninguém segura o Furacão. Finalmente o fator Baixada fez a diferença a nosso favor.
Para quem andava com a auto-estima baixa, nada melhor que uma goleada, de virada, com um jogador a menos, com direito a golaço de Fernandinho. Aliás, o jogo quebrou alguns tabus: gol de pênalti, gol de falta, cinco gols em uma partida, virada – há quanto tempo a gente não via tudo isso?
Ontem, o Atlético mostrou porque é conhecido como “o time da raça”. Foi sofrido, mas mostrou finalmente que os jogadores do Atlético têm vergonha na cara. Que seja assim, por todo o campeonato.
Que sirva de lição
Na estréia do Atlético no Campeonato Brasileiro, a boa vitória por 2 a 0 contra o Grêmio foi o suficiente para empolgar a torcida e os jogadores. Resultado: já na segunda rodada, no clássico contra o Paraná, uma derrota por 3 a 0 e um futebol medíocre. Os próprios jogadores atleticanos confessaram: “faltou vontade para o nosso time”.
Espero que esse erro tenha servido de lição, que nesta semana de treinamentos o técnico Vadão consiga passar um serrote no salto dos atletas e, principalmente, que os próprios jogadores tenham consciência que o Atlético só ganhou uma partida. Tudo bem, uma vitória que dá moral, confiança e tranqüilidade ao grupo. Mas foram apenas três pontos, uma vitória, e nada mais.
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