A rifa do Zé Roberto

por Patricia Bahr

Quando chegou no Atlético, no supertime montado por Jofre Cabral e Silva em 1968, Zé Roberto não imaginava o quanto iria se identificar com a torcida atleticana. Jogou uma temporada no rubro-negro, emprestado pelo São Paulo, quando se sagrou artilheiro do Campeonato Paranaense, com 24 gols. Depois, por força de contrato, teve que voltar à equipe paulista.

Mas o caso de amor com a torcida atleticana não parou por aí. No final de 1970, insatisfeito no São Paulo, veio treinar no Atlético para manter a forma. Queria ficar. Era uma das maiores características do Gazela: gostava de estar entre amigos. Por isso, propôs que os dirigentes atleticanos corressem uma lista entre os associados do clube para arrecadar o dinheiro da compra de seu passe. Seria uma espécie de rifa entre os torcedores.

Para ajudar nas arrecadações, foi promovida uma avant-première do filme da Copa de 70 e um amistoso contra o Grêmio. Toda essa mobilização rendeu ao clube Cr$10.000,00, insuficiente para a compra. Sem dinheiro no caixa, o Atlético teve que desistir da contratação do jogador, considerado um dos maiores talentos do futebol brasileiro.

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