As faixas de Geninho

por Marçal Justen Neto

O Atlético fez uma brilhante campanha na primeira fase do Campeonato Brasileiro de 2001. Depois de ficar invicto por doze partidas, o rubro-negro terminou em segundo lugar e garantiu a vantagem de jogar as quartas-de-final e a semifinal em casa, em razão do regulamento da competição.

Para a fase final, a diretoria e a comissão técnica resolveram organizar um planejamento com o objetivo de conquistar o título. A primeira providência foi determinar a permanência de todo o elenco no CT do Caju em regime de concentração durante todos os jogos da fase decisiva.

Uma das principais preocupações foi com o lado psicológico dos atletas. Suzy Fleury, ex-psicóloga da Seleção Brasileira, conversou com cada jogador e deu o apoio necessário para que eles pudessem suportar a pressão dos jogos.

Mas o principal toque foi dado pelo técnico Geninho. Antes do jogo contra o São Paulo, pelas quartas-de-final, ele reuniu todos os jogadores. Disse que aquela seria a principal partida da decisão e que, se o Atlético conseguisse vencer, já poderia se considerar campeão, pois os adversários seguintes seriam mais fracos.

O Furacão venceu por 2 a 1 e despachou o Fluminense na semifinal, por 3 a 2. O título se tornou mais próximo depois da vitória sobre o São Caetano por 4 a 2, no primeiro jogo da final.

Na preleção realizada antes do último jogo, no Estádio Anacleto Campanella, o técnico Geninho voltou a mexer com o lado psicológico do grupo. A preleção tratou dos aspectos táticos da partida. Depois de falar, Geninho abriu uma grande caixa que estava em um canto do vestiário e começou a distribuição de faixas de Campeão Brasileiro de 2001 para cada jogador. Sob os olhares ainda confusos, Geninho explicou: para ele, cada jogador já poderia se considerar um campeão.

Essa atitude encheu os jogadores de motivação, redobrando a vontade de vencer e confirmar em campo as palavras elogiosas do treinador.


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